segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mônaco – Passeando pelo circuito



Ontem foi o dia do GP de Mônaco de Fórmula 1 e sempre me lembro das duas vezes que estive por lá.

Ser fanático pela Fórmula 1 e passear a pé pelo circuito é uma experiência indescritível.

Circuito de Mônaco

A primeira coisa que lhe vem à cabeça, ao ver aquelas ruas estreitas e imaginar os carros se espremendo a mais de 250 km/h, é a famosa frase do Nelson Piquet: “pilotar em Mônaco é como andar de bicicleta pela sua sala de estar”! A segunda é se perguntar: como eles transformam as ruas e praças em um circuito de Fórmula 1?!

Bem “simples”! É que as praças são “desmontáveis” e as ruas já estão preparadas para receber os guard-rails. Está vendo a foto abaixo, que mostra a subida da Beau-Rivage? Pois as duas setas vermelhas estão indicando onde os suportes dos guard-rails são fixados nas calçadas. Ao longo do ano, não passa de um buraco protegido por uma tampinha de ferro. Na época do Grand-Prix, retira-se a tampa, coloca-se a barra de ferro que serve de suporte e fixam-se os guard-rails.

Buracos onde são inseridos os postes de fixação dos guard-rails

O mesmo aparece nessa foto da curva Massenet, bem próximo da praça do Cassino.

Idem, na curva Massenet, perto do Cassino

Mas, que tal uma volta pelo circuito de Mônaco?

Nosso passeio começa logo depois da linha de largada, na Place de Sainte Dévote, na frente de uma linda igrejinha de mesmo nome. Você está vendo essa linda pracinha com estátua de um carro de corrida da foto abaixo?! Pois bem, ela é toda desmontada e retirada de lá!

Place Saunte Dévote
 
Duvida? Pois na corrida a “praça” some e ficam apenas as marcas de sua localização original!

Place des Sainte Dévote durante a corrida

Vamos subir agora pela Av. d’Ostende até chegar ao terraço Beau-Rivage. Aqui você terá uma bela vista do porto e da parte mais baixa da cidade. Vale uma boa foto!

Subindo para o mirante de Beau-Rivage

Siga um pouco mais e você vai dar na curva Massenet e na Praça do Cassino. Mesmo que você não tenha cacife para jogar, uma visitinha ao Cassino vale a pena! Ao contrário da cafonália dos cassinos de Las Vegas, aqui o luxo predomina. Na foto abaixo, você vê uma arquibancada à esquerda. Ela está montada sobre uma linda praça. Um bom lugar para dar uma paradinha e descansar um pouco!

A Praça do Cassino

Siga pela Av. des Spélugues. Se você for mulher, vai encontrar aí um pequeno shopping de encher os olhos e esvaziar os bolsos. Se for homem, passe lotado pelo local!

A próxima curva é a famosa Mirabeau, onde começa a descida para o porto. Continue descendo até o grampo do antigo Hotel Loews, hoje Fairmont. Esse é o ponto mais lento do circuito e não dá para acreditar em um F1 passando por ali. É tão apertada que vi o trânsito parar para um ônibus conseguir fazer a curva!

A famosa curva Loews

Você vai chegar à Place Portier e mais adiante estará o túnel, ponto de maior velocidade do circuito, onde os carros atingem cerca de 280 km/h. Aqui, qualquer erro é desastre na certa!

O túnel

Curta o passeio pelo porto. Bem, quem está acostumado com porto tupiniquim fica imaginando que seja um lugar sujo e cheio de barco feio, não é mesmo?!  Pois aqui é diferente! O iatezinho mais humilde que você vai encontrar será enoooorme de grande, que nem economizando o seu salário da sua vida inteira, vai conseguir comprar. Ah, e é bem provável que encontre uma reluzente Ferrari estacionada em frente! Pobreza!!!

Vista do porto e da piscina

A próxima parada é a piscina. Na última vez que estive por lá, era inverno e ela estava completamente coberta. E sabe o que estavam preparando para a semana seguinte? Um circuito de kart... sobre o gelo!!! Para um amante da velocidade, eu era o homem certo, no local certo... no momento errado! Aaaaarghhh!!!

A essa altura, nosso passeio já está quase chegando ao fim e a fome apertando, concorda?! Que tal então almoçar no La Rascasse, restaurante que deu o nome a uma das mais famosas curvas do circuito?! Tá legal que o local não é nenhuma brastemp, mas vai valer pela curtição que você vai poder tirar com os amigos na volta para casa!

Ferrari passando na frente do restaurante La Rascasse, que empresta o seu nome a essa curva do circuito

A partir daí, você vai encontrar a Place Anthony Noghes, com uma bela estátua de Fangio e seu Mercedes F1, o Boulevard Albert I à direita e a linha de chegada.

Place Anthony Noghes e a bela estátua de Fangio

Mas a minha sugestão é subir para a cidade alta e passar a tarde visitando o Museu Oceanográfico e o Aquário de Mônaco, além do Palácio dos Príncipes. Vale a pena!

Museu Oceanográfico e Aquário de Mônaco, um passeio imperdível

Agora, se você resolver fazer o mesmíssimo passeio de carro, só não vale imaginar que está pilotando um Fórmula 1, como aconteceu com um amigo meu.

Lá estava ele, abusando da velocidade, experimentando as emoções do circuito: Sainte Dévote, Beau-Rivage, Cassino, Mirabeau, Loews...  E tome pé no acelerador!

O campeoníssimo Senna em Mônaco... mas você não é ele, concorda?!

Já estava quase completando uma volta, quando um guardinha fez sinal para que encostasse o carro, já com o talão de multas na mão. Nem precisava muita criatividade para saber o que é que viria pela frente, mas não custava nada tentar convencer o guarda, né?!

– Pô seu guarda, perdoa o mau jeito. Me empolguei com a última vitória do Senna e resolvi saber qual era a emoção de pilotar em Mônaco. Prometo que não faço mais. Não dá para me livrar dessa?!

– NÃO, não dá! Nem você é o Senna, nem hoje é dia de Grande Prêmio!!!

E espetou uma bela multa na testa dele!


terça-feira, 8 de maio de 2012

França – Queijos e vinhos

 

Veja também outros posts com o tema “França”: ... porque não somos de ferro!!!, “O golpe do anel!” e Cadeados da paixão!”.


Se tem uma duplinha que eu adoro é o tal do queijos e vinhos!! E como nossas viagens são feitas de carro, a coisa mais comum é passarmos num supermercado para comprar pão, queijos, patês, salames e... vinhos! Daí para fazermos uma orgia gastronômica no quarto do hotel é apenas um mero detalhe.


Queijos e vinhos - uma opção deliciosa e barata de curtir a gastronomia francesa

Para mim queijo e França são sinônimos. Afinal, um país que produz mais de 400 variedades de queijo pode ser considerado como o paraíso dos “queijólatras”!

A França produz mais de 400 variedades de queijos

Não há como visitar a França sem curtir essas maravilhas de sua riquíssima e diversificada culinária. É claro que curtir um restaurante é um programa delicioso, mas um queijos e vinhos dá e sobra pro gasto, além de sair bem mais barato.

Qual a minha receita? Começo com um vinho, preferencialmente da região. Ou um outro qualquer cujo custo benefício valha a pena. Afinal, não é porque você está na Alsácia que você vai desprezar um belo Crozes-Hermitage, um Châteuneuf-du-Pape ou um Margaux Grand-Cru que está na promoção, concorda?!

Bons vinhos são encontrados a preços razoáveis em todos os supermercados

O passo seguinte é escolher uns quatro ou cinco queijos diferentes: dois bem fortes, um de sabor médio e outros dois mais leves.

Finalizamos comprando um bom pão, um patê (só de lembrar de um patê campagne que comemos por lá, a minha boca fica cheia d’água!) e um salame.

Complemente o seu jantar com um bom páo, um patê e um salame

Garanto que com uns 50 euros vocês vão comer e beber como um rei, com direito a repeteco nos dias seguintes.

A festa está pronta! Curta o momento com a sua companhia

Pronto, agora só falta fazer a festa!

Bon appétit!!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Samoa - Manuía aso fa nau!


Com a Mary fazendo aniversário depois de amanhã, a data me lembrou um causo incrível!

Quem mergulha sabe que mergulhador do Planalto Central é um frustrado na vida! Por essas bandas de Brasília nem dá para pensar em mergulhar no caldo de cana que é o Lago do Paranoá. Além de ser uma água de qualidade pra lá de duvidosa, a visibilidade zero faz com que a bengala de cego seja incorporada como equipamento básico em cada mergulho.

Samoa é um pontinho perdido no meio do Oceano Pacífico

Tá legal que ainda temos a possibilidade de mergulhar nas inúmeras grutas ao redor da capital, mas como é um mergulho pra lá de especializado e perigoso, nem penso em correr o risco. O negócio então é ficar no seco, sonhando acordado com um mergulho em água salgada, sabe lá Deus quando!


Hoje estou meio parado com mergulho, mas por muito tempo colecionei conchas como uma forma de estar próximo do mar, estando longe dele. Isso fez com que eu tivesse contato e criasse amizade com colecionadores pelo mundo a fora.

Edu e Don Barclay


Uma dessas amizades especiais foi com Don Barclay, controlador de vôo em Samoa Americana. Todos sabem que a vida profissional dos controladores de vôo é pra lá de estressante... mas ser controlador de vôo em Samoa Americana é outro papo! Gostava de sacanear o Don, antigo controlador do aeroporto Dallas/Fort Worth, sobre o baita estresse que era controlar “dois” vôos semanais! Na verdade, Samoa Americana é responsável por controlar uma vasta área do Pacífico Sul... mas não ia perder a oportunidade de sacanear o Don pela vida mansa que tinha em Samoa, comparada com a de Dallas.

E qual o hobby dele? Tal como o meu, colecionar conchas! Se você não sabe, a região do Pacífico é o paraíso para todo o colecionador de conchas.

Mapa de Samoa Americana

Isso, além de inúmeros convites do Don, acabou me motivando a passar umas férias em Samoa, em 1999. Depois de duas semanas no Havaí, desembarcamos em Samoa Americana.

Foram dias maravilhosos com coleta de conchas de manhã, de tarde e de noite!

Edu limpando conchas com uma bela Lambis chiragra perto da lanterna

Mas foram os costumes da cultura polinésia que mais nos encantaram. E eles começam a aparecer já no desembarque do avião. Os parentes e amigos recepcionam seus entes queridos que chegam com coroas de flores. É algo lindo, carinhoso... e perfumado!

Os dias se passaram e chegou o 6/5, data de aniversário da Mary. Eu e o Don reservamos uma mesa em um belo restaurante para o jantar especial de comemoração de aniversário.

Lá chegando, o Don deu a ela de presente um lindo barco polinésio, uma verdadeira obra de arte do artesanato local. Para completar, um colar de flores!

Lindo barco polinésio, presente de aniversário do Don Barclay

Como se não fosse suficiente, o dono do restaurante colocou para tocar um CD de música brasileira. Na mesa vizinha, um senhor, que igualmente comemorava o seu aniversário, veio até a Mary e colocou em seu pescoço duas das coroas de flores que havia ganho.

E para complementar, a sobremesa foi servida com os garçons cantando “Manuía aso fa nau” (Parabéns pra você, em polinésio). 

Manuía aso fa nau, Mary!!!

Foi realmente um dia inesquecível!

Manuía aso fa nau, Mary!!!