sábado, 22 de junho de 2013

México – Isla Mujeres



Veja também os demais posts da série “México”: “Día de Muertos”, “Chiapas”, “Mezcal tem gosto de festa...”, “Cañón del Sumidero”, “Dançando na Praça”, “O Cristo de Copoya”, "Um pouco de história I" e "Ninho de Cobras"


Se algum dia você sonhou com uma típica praia caribenha, saiba que certamente é algo bem parecido com as praias do litoral norte de Islas Mujeres.
Gente, o turquesa da água dói nos olhos e a transparência do mar faz sua piscina necessitar de uma bela limpeza!!
Isla Mujeres - um passeio imperdível
Não consigo imaginar alguém indo a Cancun e deixando de visitar Isla Mujeres. No entanto, tenho algumas dicas a lhe passar, tendo em vista a nossa própria experiência!

Confesso que pagamos uma pechincha pelo passeio no Sea Passion. Ida e volta em um barco catamarã novinho em folha, com bebidas (refrigerantes e bebidas alcoólicas) à vontade, um mergulho snorkel e almoço pela bagatela de US$ 20 dólares por pessoa não se consegue em nenhum lugar de Cancun!!!

Mesmo assim confesso que foi um passeio um tanto decepcionante!
A bordo do Sea Passion
Tenho que reconhecer que os tripulantes e guias foram super divertidos, fazendo de tudo para manter o alto astral a bordo. Tudo ia muito bem... até que começou o mergulho em snorkel.

A menos que você nunca tenha feito um snorkel em outro canto do mundo, certamente você vai se decepcionar. A vida marinha do local de mergulho é muito pobre para o que existe e já vi no Caribe!
Mergulhão

O pior é que nem pude curtir o mergulhinho sem vergonha direito. Apesar de eu ter 150 mergulhos autônomos (com garrafa) e outro tanto de snorkels no lombo, pelo mundo a fora, me trataram como um idiota que tinha que ficar na barra da saia do guia, como todos os iniciantes. Foi decepcionante! BEM DECEPCIONANTE!!! Voltei PUTO pro barco!!!

Próxima parada, Playa Norte, onde desembarcamos para uma hora livre passeando pela ilha. Pra quem vem de Cancun, o comércio é zero. Beleza mesmo é curtir a praia! Isso sim vale a pena!!! E vale MUITO a pena!!!
Playa Norte em Isla Mujeres
Próxima parada, almoço no “restaurante” Villa Vera, no lado sul da ilha. No cardápio o tradicional de 11 em cada 10 buffets self-service da região: salada, tortillas, arroz, purê de feijão, espaguete, vegetais cozidos no vapor, carne de porco, frango e peixe. De tudo isso, a única coisa digna de aplauso foi o peixe, um mero, que estava delicioso. Como refrigerante, apenas a horrível tubaína local!
Barcos de pesca
O almoço valeu pelo peixe e... pelos 2x0 que enfiamos no México, possibilitando uma boa gozada em cima dos mexicanos!!!

Valeu o passeio no Sea Passion? Por meros US$20 não dá pra reclamar e tenho que admitir que valeu. Mas se tivesse pago os US$75 da tarifa original, tinha saído de lá cuspindo marimbondo.
Vendedora na praia
Opção?

Esqueça os US$20 que paguei! Isso você não vai conseguir. Levando em consideração que US$ 50 é algo razoável como tarifa do passeio no Sea Passion, vamos imaginar algo melhor!

Sugiro que esqueça o snorkel! Não vale a pena!!!
Pelicano
Vá de ferryboat diretamente para a Playa Norte e fique curtindo a praia, que é maravilhosa! A tarifa de ida e volta do ferry custa 140 pesos mexicanos, cerca de US$13.

Almoço? Restaurante é que não falta na ilha. Não experimentei nenhum, mas o Chango Loco e o Olivia são baratos (cerca de US$ 15 por pessoa) e estão muito bem cotados no Trip Advisor. Certamente a comida será melhor que a gororoba do Villa Vera.

Some aí umas quatro cervejas pra tomar na praia a uns US$ 3 cada e temos um total de US$ 40.
O Sea Passion no pier da Playa Norte
Da próxima vez é isso que farei!

terça-feira, 18 de junho de 2013

México – Ninho de cobras



Veja também os demais posts da série “México”: “Día de Muertos”, “Chiapas”, “Mezcal tem gosto de festa...”, “Cañón del Sumidero”, “Dançando na Praça”, “O Cristo de Copoya” e "Um pouco de história I"



Ninho de cobras?!

Não, não estou falando dos nossos governantes, nem de nossos congressistas! Apenas do que significa Cancun no idioma maia: ninho de cobras!

Mesmo assim o significado “ninho de cobras” não poderia ser mais apropriado!
O que não falta é "ajudante" no aeroporto de Cancun
Chegamos hoje a Cancun, ainda não vi nenhuma cascavel pelo caminho e a região não poderia ser mais paradisíaca, mas, quem já esteve por aqui sabe que a disputa pela grana do turista chega a ser muito mais que ostensiva!

Tudo muito educado, gentil e profissional, ninguém tentou me passar a perna, mas, uma vez que me fisgaram, ai do profissional da operadora concorrente que tentar se aproximar de mim.
Estou aqui para "ajudar"!!!
Realmente sinto-me em um ninho de cobras.

Mal você sai do desembarque e uma multidão de profissionais, vestidos de forma padronizada, identifica a origem do turista e o encaminha para um balcão de “informações”. Como brasileiro, fui encaminhado para um balcão onde uma senhora se comunicava em “espanhês”!
Vista da janela do meu quarto
Espanhês?!!! Sim, se nós brasileiros nos orgulhamos de falar “fluentemente” o portunhol, por aqui eles se expressam em espanhês!! O mais puro espanhol, com um sotaque “carioca” e usando várias expressões e gírias, certamente aprendidas nas novelas da Globo! Hilário!!!
Hotel Casa Maya
Olharam o voucher do meu hotel, identificaram que eu não dispunha de traslado aeroporto/hotel e “consegui” uma “promoção especial”: o traslado em uma van a “meros” US$15 por pessoa. Achei razoável, tendo em vista a enorme distância que o hotel fica do aeroporto, mas duvido que fosse um preço diferente do praticado pelas outras trocentas e doze empresas concorrentes.

Passo seguinte? A “sugestão” de passeios! Sim, porque eles não estão ali para VENDER, mas simplesmente SUGERIR! Captou a sutileza da diferença?!
Vista da piscina
Como já tinha pesquisado previamente os passeios que desejava pela internet, sei que os preços dos pacotes “sugeridos” estavam abaixo daqueles oferecidos on-line, mas nada que fosse simplesmente a espetacular e imperdível oferta que diziam que me ofereciam.

O gozado era a forma como os preços “desabavam”: um passeio que regularmente eu compraria por “US$140” (?!!!), estava sendo oferecido por US$40. Ohhhhh!!!!
Casa Maya, visto da praia
Pra riba de “moi”, meu caro?! Esse lero-lero o carioca aqui, com anos de praia, já conhece. O mesmo passeio, pela internet, tinha o preço de US$60. Ou seja, o desconto é bom, mas ninguém está vendendo ouro como banana em fim de feira.

Lembre-se sempre: Saci Pererê, Papai Noel e coelhinho da páscoa, assim como a honestidade do PT, NÃO EXISTEM!!!

Como eles apenas “sugerem”, não vendem, amanhã estamos convidados a tomar um café em um maravilhoso hotel de Cancun, onde formalizaremos a compra dos pacotes turísticos. O taxi é por conta deles e, depois, nos deixarão em Playa del Carmen! Ou seja, aí tem coisa, concorda?!
Brincando na praia
Ah, como “garantia” do negócio tive que deixar 20 euros EM DINHEIRO de caução que me serão devolvidos amanhã. O “curioso” é que fiz de tudo para efetuar o pagamento em cartão, mas fomos informados que o empregado que cuidava da maquininha ainda não havia chegado. Dá pra acreditar?!

É claro que preferiam 50% do valor total dos US$ 180 que os três pacotes que eu e a Mary estamos comprando, mas eu não sou trouxa!
Por do sol em Cancun
Aguardem as cenas dos próximos capítulos, pois certamente essa novela mexicana não acaba por aqui!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Preconceito - C'est porc monsieur!


Veja também o outro post da série “Preconceito”: "Somos todos preconceituosos"


Tá legal, reconheço que tenho cara de terrorista do Hesbollah e até faço piada disso. Mas a verdade é que acabo sentindo isso na própria pele e de diversas formas, principalmente no exterior.

Às vezes nem me perguntam a origem e já me tratam como se eu fosse árabe.

O "famoso" Sheikh Edubdullah

Certa vez eu estava na fila de um restaurante de uma organização internacional em Genebra. No cardápio, um delicioso prato cuja carne era um daqueles lindos e saborosos salsichões alemães. Foi esse o meu pedido. O atendente nem deu pelota para o que eu tinha dito e replicou:

– C'est porc monsieur! (É porco, senhor!)

A ficha não caiu e pedi de novo o belo salsichão. Mais uma vez ouvi, desta vez de forma bem enfática:

– C'est porc monsieur!
Um delicioso salsichão alemão - árabes e judeus não sabem o que estão perdendo!
Foi aí que “captei a mensagem”! O atendente estava me avisando que a carne era de porco porque ele pensava que eu era árabe... e, por tabela, muçulmano! E, como você sabe, para muçulmano porco é carne impura. Assim como para os judeus, comer carne de porco é um ato religiosamente proibido.

A mesma coisa se repetiu anos depois em um McDonald’s do Aeroporto de Frankfurt, quando pedi um sanduíche de lombo de porco. Só que dessa vez, assim que a atendente me informou que o sanduíche era de carne de porco, lhe avisei que não era muçulmano.
O letreiro "nem um pouco" preconceituoso -
"O lugar mais seguro da terra. Nenhum muçulmano aqui dentro!"
Fico imaginando o escândalo que um muçulmano ou um judeu podem fazer se comerem carne de porco sem terem sido avisados pelo atendente.

Na minha última viagem à Europa, estava numa fila quando o senhor atrás de mim falou algo como: مع كل هذا تبدو مثل العربية ، الغريب أبدا لديه مشاكل مع إدارة الهجرة الأمريكية

Fiz uma cara de heimmm e ele repetiu a mesma coisa. Foi aí que entendi o que estava acontecendo e disse a ele que não era árabe. Surpreso, ele me confessou que tinha certeza de que eu era libanês!
Maomé lamentando: "-Outros profetas têm seguidores com senso de humor!..."
Com toda essa cara de árabe, curiosamente nunca tive problemas com a imigração americana. Mas não foram poucas as vezes onde as autoridades européias me dispensaram um tratamento “especial”. Mais perguntas que o padrão, revista visual de minha bagagem, mais tempo de verificação nos registros de computador, antes de receber o carimbo de entrada. Apesar de nada ser ostensivo ou agressivo, é nítido o cuidado redobrado que recebo. (veja o post "Je ne suis pas arabe!")
Árabes em trajes típicos

Se apenas parecer árabe já lhe torna, aos olhos preconceituosos de uns e outros, um terrorista potencial, imagine então um muçulmano com vasta barba, paramentado com sua tradicional túnica e gorro de tricô na cabeça entrando na fila do check-in de um vôo internacional. Seria divertido, se não fosse lamentável, observar os olhares e o ti-ti-ti, certamente maldosos, dos ocidentais.

Cartoon francês sobre a discriminação que é provocada pelo véu


segunda-feira, 3 de junho de 2013

EUA: Velho Oeste – Parados no meio do nada (out/2010)



Veja também os demais posts da série “EUA: Velho Oeste”: “Tratados como bandidos!”, “Grand Canyon”, “Antelope Canyon”, "Monument Valley", “Dah-he-tih-hi”, “Mesa Verde”, “Cadê minha carteira de motorista?!!”, “Arches” e “Um deserto de sal”.


Na viagem de Bonneville até Grand Teton passamos por uma grande região agrícola no estado de Wyoming, onde pude registrar um pouco do local onde vivem os cowboys do meio oeste americano. É uma região de criação de gado e o cavalo ainda é um importante meio de transporte.
Mapa do percurso de Bonneville a Jackson
Celeiros e típicas construções rurais são comuns ao longo da estrada.

O antigo celeiro de fazenda do Wyoming da foto abaixo chamou a minha atenção pela caveira de boi dependurada na parede. Achei super interessante! Quebrou a monotonia da parede de madeira.
Lindo celeiro em Wyoming
E foi parando para tirar foto de uma casa abandonada de uma  fazenda na beira da estrada, que tivemos o nosso terceiro grande susto da viagem.
antiga construção rural abandonada, em Wyoming
Paramos, tirei as minhas fotos (inclusive a acima) e, na hora de engrenar o "drive" do nosso carro hidramático, quem disse que ele saía do "parking"?!!! Travou a engrenagem! Era um baita problema e estávamos LONGE PACAS de qualquer lugar mais parecido com algo que pudesse ser considerado minimamente como civilização.

Liga o carro, desliga o carro, tira a chave do painel, sobe freio de mão, desce freio de mão, aperta esse botão aqui... e tome de ler o manual do veículo, cuja solução indicava enfiar uma chave de fenda para destravar o câmbio. Por sorte não tínhamos nenhuma chave de fenda ao nosso alcance!
Construções de madeira como essas são comuns na região
Tentamos de tudo para destravar o câmbio. Quando já tinha jogado a toalha e me preparava para pedir carona para o primeiro carro que passasse, a Mary grita que havia conseguido destravar o danado. O que ela fez? Tentamos tantas coisas que não sabíamos!!!

Alívio de um lado e preocupação do outro. E se viesse a travar de novo?! Por sorte chegamos a Jackson, nosso destino do dia, sem maiores atropelos.
Eram típicas cenas do velho oeste americano que víamos nos filmes de faroeste!