Apesar
de não ter medo, confesso que não sou fã de montanha russa e que turbulências
mais fortes durante os vôos me causam um profundo desconforto. Já passei por
chacoalhadas das brabas, mas nada que supere o que passei numa decolagem em
Montevidéu.
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Antigo aeroporto de Carrasco, Montevidéu, Uruguai |
Já faz bastante
tempo que não vou à bela capital do Uruguai e certamente o aeroporto de
Carrasco foi modernizado. Mas naquela época, não havia “finger” (esses “braços”
que conectam os portões de embarque do aeroporto ao avião) e tínhamos que embarcar no meio do pátio.
Enquanto desfrutava das delícias da sala VIP, o céu desabou sobre o aeroporto
numa tempestade daquelas que faria Noé sorrir!
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Pegamos uma baita tempestade na decolagem |
Com
mais de meia hora de atraso, fomos chamados para o embarque. Ainda sob chuva,
subimos no avião que tinha a porta da frente fechada. Na porta traseira,
encontrei uma comissária com rôdo na mão, tentando tirar parte da piscina que
tinha formado por ali durante a tempestade.
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Não tem quem goste de enfrentar turbulência durante um vôo |
Foi só decolar
para encontrarmos aquela baita tempestade ainda durante a subida. E tome raio,
trovão e sacolejo! Era subir um pouco, para o avião “descer” em um vácuo enorme!
A gritaria a bordo, cada vez que surgia um vácuo desses, era simplesmente indescritível! Não gritei, mas confesso que minhas unhas estavam fortemente cravadas no braço da poltrona.
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Chama isso de turbulência?! 25 anos de casamento é que é turbulência!!! |
Foram
minutos de verdadeiro pavor a bordo, até que o avião finalmente superasse a
tempestade e chegasse à altitude de cruzeiro. Minutos depois o piloto, em sua
fala aos passageiros, confessou que fazia bastante tempo que não passava por uma
tempestades dessas.
E o que fez o Edu? Virou pro lado e dormiu o sereno sono dos justos!
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Agora podem relaxar... passamos por uma violenta turbulência! |
Igualmente
desconfortável é uma arremetida, quando você já está vendo a pista se
aproximar! Além de desconfortável, deixa todo mundo com a pulga atrás da orelha.
Afinal, ninguém informa o motivo da arremetida, concorda?!
A
última dessas arremetidas foi recentemente em um pouso em Brasília. Já
estávamos bem baixinho quando sentimos o motor voltar à potência máxima e
voltarmos a subir.
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Você se incomodaria em segurar a minha mão? A verdade é que morro de medo de voar!!! |
Jamais
soubemos a razão, daquela arremetida, mas o silêncio que se fez a bordo era
tamanho que dava até para "ouvir" claramente o pensamento dos
passageiros vizinhos!