Diferenças culturais – Regras básicas de etiqueta II

Veja também os outros posts da série “Diferenças culturais”: "O 'V' da vitória!!!", "Duas palavrinhas básicas", "Melhor nem saber o que está comendo!" e “Regras básicas de etiqueta I”

Você acha que trocar cartões é algo trivial?! Nem sempre, meu caro!

Em países como Japão, China e Coréia, uma mera troca de cartão de visitas (meishi) tem uma importância quase cerimonial. Seu interlocutor irá segurar o cartão com ambas as mãos, para depois entregá-lo com a mão direita, fazendo uma ligeira inclinação do corpo. Diz a educação oriental, que você deve receber o cartão com ambas as mãos, fazendo igualmente o mesmo cerimonial de inclinação do corpo, que deverá ser tão maior quanto for a posição hierárquica do seu interlocutor. Ao entregar o seu cartão, proceda da mesma forma... mas não precisa exagerar e querer cheirar o umbigo dele!

Troca de cartões entre orientais

Isso não significa que os orientais sejam 100% educados para os nossos padrões ocidentais. Japonês, assim como africano, é mestre em furar a fila e faz isso na maior cara dura!

Também não estranhe se você estiver preparando para tirar a foto de sua esposa e um japonês resolver ficar entre você e ela para que a foto dele seja tirada primeiro. E como japonês não se contenta com menos de 40 fotos do mesmíssimo objeto, ou você pede a ele para sair da frente ou desiste da foto da sua esposa. De lá ele não vai sair antes de completados uns longos quinze minutos! E é só sair para entrar outro!!! Aaaaarghhh!!!! Confesso que isso me leva à loucura!

Turistas japoneses tirando fotos

Qualquer contato físico entre pessoas de sexos diferentes, em países islâmicos, certamente será motivo de uma tremenda confusão. Nem pense em estender a mão para cumprimentar uma pessoa do sexo oposto em um país muçulmano. Ela não apenas se sentirá profundamente ofendida como, se for uma mulher, o marido pode querer tirar satisfações com você.

Da mesma forma, mostrar a sola dos pés ou a palma das mãos é considerado tremendamente ofensivo na Grécia ou em países árabes. Dê uma olhada na foto abaixo e veja que todos protestam mostrando as mãos espalmadas, uma baita duma ofensa, algo equivalente a chamar a mãe alheia de “nem um pouco santa”!

Protestos na Grécia, com a mão espalmada

Nós brasileiros somos muito pródigos nos apertos de mão, abraços e até mesmo nos beijos. Lá fora, evite tocar no seu interlocutor. Esqueça qualquer tipo de intimidade, por menor que seja, e deixe que seu anfitrião sinalize o grau de intimidade que deseja, principalmente se você e o outro são de sexos opostos.

Beijinhos podem causar uma baita confusão. Enquanto nós brasileiros costumamos dar dois beijinhos, americanos e argentinos param no primeiro... e lá vamos nós direto pro segundo, com perigo de pregar um beijo na boca da mulher do seu anfitrião, que não esperava pelo segundo beijo. Já na Suíça e em muitos países europeus, o costume são três beijos e somos nós que ficamos pelo meio do caminho!!

Beijinho França x Alemanha

Apesar de todo o preconceito nosso, é muito comum o beijo entre homens nos países árabes. Toda vez que ia à Genebra não dava outra, era só eu encontrar o chefe da delegação síria e ele tascava um sonoro beijo em mim. Nem preciso dizer o tamanho da gozação que sofria dos meus colegas.

Minha sorte é que ele não era russo. Lá os beijos são dados na boca! E aí, vai que pinta um clima...

Beijo do Putin no ditador nortecoreano