quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Bolívia – A Estrada da Morte



Veja também os outros posts da série "Bolívia": "Considerações pré-incaicas" e "Chacaltaya"


Quem planeja uma viagem à Bolívia certamente já ouviu falar na legendária Estrada da Morte (também conhecida como a Estrada de Coroico, Camino de las Yungas ou Estrada do Destino), tema de uma série sobre caminhoneiros em um canal pago creio que no History Channel.
Mapa de localização
Era um lugar que eu queria MUITO conhecer. Na minha viagem à Bolivia, em 2013, não ia deixar essa oportunidade passar.

O pacote foi oferecido ao grupo como uma descida de bike downhill. Como eu não tenho o costume de andar de bike, fui na van de apoio, tirando fotos. Valeu a pena cada centavo pago.
Downhill na nova Estrada de Coroico
A estrada original tinha cerca de 60 quilômetros, era de terra e ligava La Paz à pequena cidade de Coroico, na região de Yungas, na Amazônia boliviana. Foi construída na década de 30, durante a Guerra do Chaco, por prisioneiros de guerra paraguaios.
A Estrada da Morte
Imagine uma estrada de terra serpenteando montanhas escarpadas, com precipícios monumentais de mais de 500 metros e sem qualquer proteção de guard-rail. Como recheio deste bolo solado, adicione as tradicionais chuvas da região amazônica e a umidade típica das florestas, que trazem consigo, nuvens e forte neblina que bloqueiam a visibilidade. Cubra o bolo com o fato de que a maior parte da estrada cabe um único carro, com largura de pouco mais de 3 metros. Como a cereja que adorna, coloque a imprudência de motoristas que acham que nada, absolutamente NADA acontecerá com eles.
Perigo a cada curva
Ah, quase ia me esquecendo! Como toda estrada em região montanhosa, o motorista está sujeito a enfrentar as pedras que descem montanha abaixo. Algo trivial, concorda?!!

Pronto, você acabou de ter uma breve descrição do que é a Estrada da Morte.
Uma fina linha de terra serpenteando a montanha
Confesso que não consigo imaginar aquela estrada sendo usada como uma rota normal e com tráfego intenso. Algo realmente amedrontador!
Amedrontador, concorda?!!
Apesar de o trecho ser hoje coberto por uma moderna rodovia asfaltada, a legendária Estrada da Morte permanece aberta, sendo usada como atração turística, principalmente por praticantes de bike.
Neblina, uma presença constante
Em seus tempos dourados, todos os anos ela colhia a vida de 200 a 300 viajantes. Mesmo sendo usada hoje como ponto turístico, cerca de 20 ciclistas já morreram desde 1998.
Um dos muitos carros estatelados no fundo do vale
Cruzes marcando os muitos lugares das mortes são comuns em toda a estrada! E não foram poucos os destroços de veículos que vi estatelados no fundo do vale!
Cruzes são comuns ao longo da estrada
Lembro-me bem que, após um breve trecho de reta, o motorista da van me disse: “Aquela é a Curva do Italiano”!
Imagine dois caminhões se cruzando nesta precária e estreita estrada!!!
Por quê tem esse nome? O tal italiano vinha na sua bike descendo a estrada no maior cacete e tinha uma forte neblina na entrada da tal curva. Ele achou que a reta continuasse um pouco mais. Infelizmente não continuava e ele não teve tempo suficiente pra criar asas! Babau!!! Sua babacada virou nome de curva!!!
Perto do Paso La Cumbre
O downhill da tchurma começou na estrada nova a mais de 4600 metros de altitude, no Paso La Cumbre, e despencou 3400 metros até chegar em Coroico. Como se era de esperar, não foram poucos os tombos e um bom número de eróicos companheiros chegou ralado no hotel... mas com um baita sorriso no rosto!


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