Veja também os outros posts da série "Bolívia": "Considerações pré-incaicas" e "Chacaltaya"
Quem planeja uma viagem à
Bolívia certamente já ouviu falar na legendária Estrada da Morte (também
conhecida como a Estrada de Coroico, Camino de las Yungas ou Estrada do
Destino), tema de uma série sobre caminhoneiros em um canal pago creio que no
History Channel.
Mapa de localização |
Era um lugar que eu queria
MUITO conhecer. Na minha viagem à Bolivia, em 2013, não ia deixar essa
oportunidade passar.
O pacote foi oferecido ao
grupo como uma descida de bike downhill. Como eu não tenho o costume de andar
de bike, fui na van de apoio, tirando fotos. Valeu a pena cada centavo pago.
Downhill na nova Estrada de Coroico |
A estrada original tinha cerca
de 60 quilômetros, era de terra e ligava La Paz à pequena cidade de Coroico, na
região de Yungas, na Amazônia boliviana. Foi construída na década de 30,
durante a Guerra do Chaco, por prisioneiros de guerra paraguaios.
A Estrada da Morte |
Imagine uma estrada de terra
serpenteando montanhas escarpadas, com precipícios monumentais de mais de 500
metros e sem qualquer proteção de guard-rail. Como recheio deste bolo solado,
adicione as tradicionais chuvas da região amazônica e a umidade típica das
florestas, que trazem consigo, nuvens e forte neblina que bloqueiam a
visibilidade. Cubra o bolo com o fato de que a maior parte da estrada cabe um
único carro, com largura de pouco mais de 3 metros. Como a cereja que adorna,
coloque a imprudência de motoristas que acham que nada, absolutamente NADA
acontecerá com eles.
Perigo a cada curva |
Ah, quase ia me esquecendo!
Como toda estrada em região montanhosa, o motorista está sujeito a enfrentar as
pedras que descem montanha abaixo. Algo trivial, concorda?!!
Pronto, você acabou de ter uma
breve descrição do que é a Estrada da Morte.
Uma fina linha de terra serpenteando a montanha |
Confesso que não consigo
imaginar aquela estrada sendo usada como uma rota normal e com tráfego intenso.
Algo realmente amedrontador!
Amedrontador, concorda?!! |
Apesar de o trecho ser hoje
coberto por uma moderna rodovia asfaltada, a legendária Estrada da Morte permanece
aberta, sendo usada como atração turística, principalmente por praticantes de
bike.
Neblina, uma presença constante |
Em seus tempos dourados, todos
os anos ela colhia a vida de 200 a 300 viajantes. Mesmo sendo usada hoje como
ponto turístico, cerca de 20 ciclistas já morreram desde 1998.
Um dos muitos carros estatelados no fundo do vale |
Cruzes marcando os muitos
lugares das mortes são comuns em toda a estrada! E não foram poucos os
destroços de veículos que vi estatelados no fundo do vale!
Cruzes são comuns ao longo da estrada |
Lembro-me bem que, após um
breve trecho de reta, o motorista da van me disse: “Aquela é a Curva do
Italiano”!
Imagine dois caminhões se cruzando nesta precária e estreita estrada!!! |
Por quê tem esse nome? O tal
italiano vinha na sua bike descendo a estrada no maior cacete e tinha uma forte
neblina na entrada da tal curva. Ele achou que a reta continuasse um pouco
mais. Infelizmente não continuava e ele não teve tempo suficiente pra criar
asas! Babau!!! Sua babacada virou nome de curva!!!
Perto do Paso La Cumbre |
O downhill da tchurma começou
na estrada nova a mais de 4600 metros de altitude, no Paso La Cumbre, e
despencou 3400 metros até chegar em Coroico. Como se era de esperar, não foram
poucos os tombos e um bom número de eróicos companheiros chegou ralado no
hotel... mas com um baita sorriso no rosto!
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