Hoje tem uma audiência pública no Senado para tratar da Lei Geral da Copa e a presença do secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, aquele do “pé na bunda”, foi vetada. Esse imbróglio todo me lembrou uma piadinha.
Conta a piada que um cara muito rico abordou uma linda mulher e perguntou a ela:
“– Por um milhão de dólares você transaria comigo?!”
Ela deu uma titubeada, surpresa com a abordagem, mas o olhinho brilhou e ela, meio sem jeito, respondeu:
“– Bem... faria!”
Ele nem deixou a bola quicar e emendou outra pergunta:
“– E por cem pau?!”
Furiosa ela respondeu:
“– Tá louco, cara?! Por acaso cê tá pensando que eu sou puta?!”
“– Bem, isso já foi respondido na pergunta anterior. Agora só to barganhando o preço!”
Piadinhas de mau gosto à parte, acho até gozado toda essa discussão sobre soberania, FIFA e Copa de 2014.
Quem já se candidatou a sediar um evento internacional sabe que TODOS esses eventos internacionais, de uma mera reunião técnica a uma Copa do Mundo, passando pela Rio +20 que sediaremos em junho deste ano, têm como base um “caderno de obrigações” às quais o país candidato se obriga a seguir fielmente. E também sabe que a margem para negociações é normalmente estreita, MUITO ESTREITA. É o típico “ou dá ou desce”! Se quiser ser candidato, que aceite as obrigações... ou ceda seu lugar para o próximo da fila.
Na hora em que o “molusco” que nos presidia era todo sorrisos ao conquistar o direito de sediar a Copa de 2014, nossa soberania já tinha ido para o espaço. E tinha ido pro espaço já tinha um bom tempo!
Bem antes daquela comemoração já havia sido assumido com a FIFA o compromisso de que as bebidas seriam liberadas, assim como a respeito de vários outros pontos polêmicos que hoje embrulham o estômago de muita gente.
Pense um pouquinho e me diga. Quando a CBF foi lá na FIFA e ofereceu o nome do Brasil como candidato, você acha que o governo brasileiro não havia sido consultado previamente sobre as exigências da FIFA? E que havia dado a sua concordância?! É OBVIO que sim!
Agora, meus queridos, é dar a eles o que foi prometido antes da aprovação do nosso nome pela FIFA, como sede da Copa de 2014. Falar em soberania a essa altura do campeonato é um exercício completamente inútil. Que esperneássemos bem antes! Agora é tarde!!
Estamos esperneando tal qual a “ofendida” linda mulher da piada acima!
Ao longo da minha vida profissional, participei da organização de mais de uma dúzia de eventos internacionais, entre eles reuniões técnicas do Mercosul, reuniões da CITEL (órgão da OEA) e de duas Americas Telecom, mega feira/conferência da UIT (União Internacional de Telecomunicações, órgão da ONU) com mais de 400 estandes de empresas multinacionais e mais de 20.000 participantes. Todos esses eventos, em maior ou menor grau tinha uma longa lista de obrigações. E ninguém se candidata inocentemente, sem saber o tamanho do buraco em que está se metendo, concorda?!
Daí a aceitar que o secretário-geral da FIFA recomende, em alto e bom som, um belo chute na bunda vai uma larga distância.
Dizem que diplomata diz TALVEZ quando quer dizer “não” e quando diz NÃO, já deixou de ser diplomata.
É claro que o tal do Valcke passou dos limites e, se dependesse de mim, não voltaria a se reunir com o governo brasileiro. Sua prepotência é tamanha que achou que podia falar o que desse na telha, sobre nós tupiniquins. Pois achou errado, por mais que tivesse razão quanto às suas reclamações. Acertou no conteúdo, mas ERROU FEIO na forma de se expressar.
E gente prepotente é o que não falta em organismos internacionais. Sei disso porque lidei com muitos deles... e não foram poucas as caneladas que trocamos!
Ah, e antes que eu me esqueça: para mim acho excelente a escolha de um tatu-bola para mascote da Copa de 2014. Nada mais apropriado escolhermos um tatu! Afinal, acho mesmo que essa Copa tá indo pro buraco!
Pano rápido, por favor!!!
Meu caro,
ResponderExcluirCorroborando a suas considerações, acho incrível o governante (molusco) assumir compromissos em nome do pais, sem combinar antes, como diria o Garrincha, com o adversário (Congresso Nacional), principalmente com as questões relacionadas com bebidas alcoolicas, que são, aqui no Brasil, proibidas nos estádios.
É claro que eles sabiam que um dos patrocinadores master do evento é uma cervejaria, no caso a Budweiser.
Isso me cheira a total irresponsabilidade dos nossos dirigentes, que no afã de faturar politicamente o evento (mico), ignoram instâncias políticas que têm poder de decisão.
Um abraço,
Você foi perfeito no seu comentário!
ResponderExcluirNão há bônus sem ônus! Se não tiver a fim de pagar o ônus, nem pense em se candidatar a ter o bônus!!!
Abs.
Edu
Edu, concordo com o amigo Jacinto. É bem isso mesmo.E claro nada, de bônus sem ônus.
ResponderExcluirAbraços
Lú