O
México, ao contrário do Brasil, tem um grande percentual de indígenas na sua
população. Cerca de 20% entre indígenas puros e mestiços. Além disso, com uma
civilização avançada, a asteca, existindo aqui quando os espanhóis chegaram, é
natural que a influência da cultura indígena seja muito forte no dia-a-dia dos
mexicanos.
Altar público em homenagem a esta senhora |
Para os indígenas não existiam as figuras de paraíso e inferno. Para
eles existia o inframundo, onde habitavam as pessoas que morreram. Da mesma
forma, a morte não era um evento de tristeza, mas algo que dava alegria pelo
encontro daqueles que partiam com os seus antepassados. E quem partia, não
deixava os que ficavam abandonados. Eles retornavam de tempos em tempos para
partilhar momentos com seus entes queridos.
Túmulo na entrada do cemitério de Chiapa de Corzo |
É óbvio
que toda essa cultura se chocava com a crença católica e, assim como no Brasil,
aqui também houve o sincretismo religioso, a adaptação das crenças locais ao
catolicismo que então chegava.
Homenagem a três entes queridos |
Assim, enquanto no dia 2 de novembro, o Dia dos Mortos, choramos os
nossos mortos no Brasil, aqui no México é um dia de festa, de MUITA festa!!! É
o dia em que todos se reencontram com os queridos que já se foram deste mundo.
Até crianças participam da grande festa do Dia dos Mortos |
E como receber tão ilustres visitantes, que vêm de uma longa viagem? Com
muita alegria, a alegria do reencontro.
Os cemitérios ficam lotados durante as vigílias |
É o momento em que eles são recebidos, com a música que gostavam, dança,
com a comida que apreciavam, um copo de tequila, uma garrafa de cerveja ou uma
taça de vinho e até mesmo um cigarro aceso! Isso tudo colocado em altares
construídos nas próprias casas ou nos
cemitérios, junto de suas fotos, livros e muitas, muitas flores!
Músicos são contratados para tocar para os mortos |
Aos que visitam seus entes queridos nos cemitérios, é toda uma noite de
vigília junto à tumba, onde se reúne toda a família, desde os mais velhos até
as crianças.
"La Catrina", figura onipresente na cultura mexicana |
E é claro que essa vigília é acompanhada com muita música, comida,
bebida e conversa, onde são contados causos daquele que partiu.
A "esposa" da Catrina |
Gente, é uma festa lindíssima e repleta de emoção! Para nós brasileiros,
chega a ser algo surreal!!!
Menina fantasiada de morto-vivo |
Já tinha lido muito sobre a festa do Día de Muertos no México, mas o que
vi superou a melhor das minhas expectativas. Algo que jamais esquecerei!!!
Flores para um ente querido |
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