Outro
belo mergulho que fiz foi no Rosalinda, que naufragou em 1955, no Parcel dos
Abrolhos, com um carregamento de cimento e cerveja.
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Locais dos naufrágios do Rosalinda e do Pinguino |
Como
o navio está pousado no fundo, corretamente encaixado entre cabeças de coral,
pode-se passar por baixo do casco, de um lado ao outro. É uma experiência muito
interessante passar por baixo de um navio. O hélice é enorme e está intacto.
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Rosalinda |
Mas
o melhor do mergulho está em visitar os porões e ver sua carga de cimento. Em
contato com a água o cimento solidificou-se, formando uma verdadeira obra de
arte. Você pode ver sacos ainda parcialmente empilhados, assim como pilhas
semi-derrubadas e sacos espalhados no chão. Algo como se fosse uma fotografia
do momento exato do choque do navio com o recife de coral.
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Blocos de cimento no porão do Rosalinda |
Abrolhos,
por si só merece registro pela sua beleza. Formada por cinco ilhas e o maior
banco de corais do Atlântico Sul, Abrolhos hoje faz parte de um Parque Nacional
Marinho, estando protegida.
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Vsão de dentro do Rosalinda |
A
origem do seu nome, no entanto, é curiosa. Vem de uma corruptela de “abra os
olhos”, contida em antigas cartas náuticas portuguesas. Devido aos perigos que
a região oferece por estar em pleno mar aberto e dada a grande quantidade de
recifes submersos, os mapas continham a advertência “ao chegar perto da costa,
abra os olhos”!
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Naufrégio do Rosalinda |
A
Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, é pródiga no número de barcos afundados,
sendo Arraial do Cabo considerada a capital brasileira do naufrágios. Deles o
HMS Thetis, uma fragata inglesa coletora de impostos, talvez seja o naufrágio
mais famoso. Afundou em 1830 com uma rica carga. Apesar de muito ter sido
resgatado (cerca de 810.000
libras em barras de ouro e prata) e confiscado pelo
governo inglês, imagina-se, pelos registros de bordo, que ainda haja mais de
uma tonelada de tesouro ainda submerso. Quem se habilita?
A
Baía da Ilha Grande é igualmente uma região repleta de naufrágios. Lá eu
mergulhei em um dos mais visitados pontos de mergulho do litoral fluminense: o
naufrágio do Pinguino, de 1967.
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Placa no convés do Pinguino |
Um
curto circuito no meio da noite provocou um incêndio na casa de máquinas. Uma
vez que a carga era de cera de carnaúba, o incêndio acabou se alastrando
provocando o afundamento do barco. O cargueiro está pousado de lado no fundo do
mar, ainda inteiro, possibilitando um belo mergulho tanto para iniciantes como
para os especialistas em naufrágios, que podem visitar o seu interior e porões.
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O naufrágio do Pinguino |
Mas
quer saber de uma fofoca? Jornais da época informaram que um inquérito policial
foi aberto pois suspeitava-se que o incêndio teria sido provocado para encobrir
contrabando. Afinal, o navio se encontrava bastante fora de sua rota prevista.
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Mapa do Pinguino |
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