Veja também os posts "Certos furtos I – Itália", "Certos furtos II - Barcelona", "Certos furtos III – presenciando furtos em Barcelona" e "Certos furtos IV -cadê a minha carteira?!".
Mas o furto no metrô de Paris não foi o único que sofri no exterior.
Estava hospedado no Lombardy Hotel, em plena área nobre de Washington e a apenas alguns quarteirões da Casa Branca. Apesar de não ser nenhum hotel padrão cinco estrelas, o Lombardy não é igualmente nenhuma espelunca. Afinal, hotel onde você paga uma diária de US$259 jamais poderá ser considerado espelunca. É considerado um hotel “simples” e “barato” para os padrões de Washington e fica relativamente perto do local das reuniões que participava.
Como eu tinha um valor relativamente alto em cheques de viagem, estava trocando-os por dinheiro vivo, na razão de uns duzentos dólares por dia. Já tinha trocado uns quinhentos dólares nos dias anteriores, quando abri a minha mala para colocar mais uns duzentos dólares. A mala, que estava sempre trancada, nesse dia estava fechada, mas sem a tranca. Abri e fui direto no dinheiro que lá estava guardado... e faltavam 150 dólares. Faltava uma nota de cinqüenta e outra de cem dólares. Sabia exatamente porque havia contado aquele dinheiro na noite anterior.
Chamei imediatamente a gerência e comuniquei o furto. O gerente foi extremamente prestativo, anotou todas as informações que lhe dei e prometeu apurar, pois os controles do hotel permitiam saber exatamente quais os empregados haviam entrado em meu apartamento desde a noite anterior.
Fiquei tranqüilo e animado com a sua determinação em resolver o meu problema... tolinho!! Passou um dia, passaram dois... no terceiro dia, como ele não dava o ar da graça de me retornar o resultado de sua apuração, resolvi ir procurá-lo. E qual não foi a minha surpresa quando ouvi ele dizer com a cara mais deslavada do mundo que ele havia chegado à conclusão de que eu NÃO HAVIA SIDO FURTADO!!
Pasmo com a afirmação do gerente, ainda tive que ouvir ele dizer que havia chamado cada empregado que havia entrado em meu quarto, que havia perguntado a cada um deles havia furtado algum dinheiro meu e que TODOS HAVIAM SIDO CATEGÓRICOS AO AFIRMAR QUE NÃO HAVIAM ME FURTADO!! Ou seja, o furto não havia ocorrido!! E se tivesse ocorrido, a responsabilidade era minha de não ter guardado o dinheiro no cofre do hotel.
Ainda ameacei chamar a polícia, mas ele nem deu pelota para o escândalo que eu fazia! Percebi que seria a minha palavra contra a dele e desisti.
Seria uma situação cômica, se não fosse trágica!
Jurei a mim mesmo nunca mais voltar e a gritar a todos os ventos que a honestidade passa longe do Hotel Lombardy, em Washington. Anote aí na sua agenda e NUNCA APAREÇA POR LÁ!
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