Você deve estar pensando que errei no título, já que o 1º de maio é o Dia DO Trabalho!!! Não, não tem erro no título! Foi dia DE trabalho MESMO!!!
Como o Chile não é uma dessas destinações turísticas privilegiadas, que dão um baita dum Ibope, o número de guias turísticos publicados é um tanto limitado.
Numa viagem aos EUA comprei um guia da Insight Guide em conjunto com o Discovery Channel. Aparentemente é uma baita duma “brastemp”, mas na hora de colocar o que eles publicaram em prática, você vai ver que o conteúdo “es una buesta” e que de brastemp ele não tem naaaada!!! Juro que ainda vou promover uma cerimônia formal de queima deste guia, como uma forma de protesto à quantidade de furadas que ele nos empurrou, ao dourar o maracá dos locais a serem visitados. Coisas e lugares, que eram simplesmente ridículos, foram pintados com uma aura de beleza, gerando uma baita expectativa na gente. Na hora do vamos ver, o resultado era uma BAITA FRUSTRAÇÃO E UM ENORME TEMPO PERDIDO!!
Assim foi o nosso 1º de Maio! Um dia DE trabalho e de frustração!
A programação original indicava uma saída da estrada principal para visitarmos Vichuquén. Tá legal que o desvio era um tanto longo, cerca de uns 70km. Mas a imagem pintada no guia era a de uma cidade colonial à beira de um belo lago. O idiota aqui ficou pensando numa versão chilena de Parati e nas fotos maravilhosas que poderia tirar. Nananinaná!!!
Melhor teria sido ouvir a intuição feminina da Mary que, no dia anterior, havia sugerido irmos direto para Valparaíso. Disse a ela que era uma “boa idéia”, mas a “boa idéia” não ficou registrada para mim como uma verdadeira alteração de roteiro. O que eu tinha na cabeça e no papel era visitar a “Parati” chilena! Coisas de um típico cabeça dura e da mais pura falta de diálogo! Eu com Parati na cabeça e a Mary achando que seria um desviozinho rápido do objetivo final “estabelecido” no papo do dia anterior: Valparaíso!!
Para completar, houve falta de planejamento, pois cortamos Concepción do nosso roteiro inicial e as distâncias que eu tinha no papel era a de Concepción para Vichuquén e de lá para Santiago. Ao alterar o roteiro, mantive Vichuquén mas não chequei com cuidado as distâncias que levavam da estrada principal para o destino.
Ao chegarmos em Talca, saímos da estrada principal e nos embrenhamos numa estradinha secundária pra lá de vagabunda: estreita, cheia de curvas, entupida de morros... e zeeeeero de movimento. Placa de Vichuquén pela estrada? Neca! A essa altura o sinal já havia passado de amarelo para amarelo piscando e dele para o mais puro vermelho!!! O único que não via era eu, imaginando que estávamos cada vez mais perto da “Parati chilena”!
Resumindo a estória, os tais 70km que eu pensava eram 110km e durou quase 2 longas horas para chegarmos em Santo Antônio do Brejo Seco, também conhecida como Vichuquén. Lago?! Cadê o lago?! Ficava fora da cidade! Seguimos mais um tanto até que o asfalto acabou e o lago idílico pintado no guia não apareceu!
Quem conhece a Mary já tem noção do nível de humor que ela estava. Pois não estava! É claro que estava PUTA da vida com toda a situação, mas eu estava me sentindo tão arrasado por ter arrastado os dois para a situação de “sinuca de bico” que ela me “poupou”!!!
O jeito era sair dali o mais rápido possível. Felizmente a volta foi mais rápida, mas o dia já estava irremediavelmente perdido.
Chegamos em Valparaíso lá pelas 8 da noite, pra lá de cansados e frustrados e eu com dor de cabeça.
Moral da estória: gastar tempo com o planejamento de suas viagens nunca é demais. E se for alterar o plano inicial, tenha certeza daquilo que está fazendo. Dolorosa lição aprendida... assim espero!
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