Valdívia marcou o início do nosso retorno a Santiago.
É uma cidade conhecida mundialmente por uma tragédia: o terremoto de Valdívia, o mais forte terremoto registrado de todos os tempos em TODO o mundo!! Ocorrido em 1960, atingiu 9,5 na escala Richter.
Só para dar uma dimensão da violência desse terremoto, ele foi cerca de mais de 5 vezes mais forte que o do Japão, ocorrido no mês passado.
Aí você me perguntaria: por que mais de 5 vezes mais forte se o do Japão atingiu 8,9? Não seria apenas 0,6 vezes mais forte? A resposta é NÃO!!!! A escala Richter é logarítmica e 1 ponto de diferença significa uma razão de 10 (eu disse DEZ) vezes mais forte. O último grande terremoto brasileiro foi em 2008 e marcou 5,2 pontos. O de Valdívia foi “simplesmente” mais de 10000 mais forte que esse “chilique” brasileiro!!! E gerou tsunamis no Havaí, nas Filipinas e no Japão!!!
E aí entra uma frustração minha nesta viagem: a de não ter sentido NENHUM tremor de terra. Não precisava ser um terremooooto, mas uma mera chacoalhada para dar um pouco de emoção!!!
Frustração minha e alívio da Mary, que acha que eu tenho mais de um parafuso solto nessa cachola. O Chile é pródigo na quantidade de terremotos. Tem dia que são registrados mais de 20 terremotos ao longo de todo o país. Enquanto estivemos por lá (cerca de 15 dias), foram registrados nada menos que 253 terremotos, sendo 4 deles de magnitude maior que 5 graus... e eu não senti NENHUNZINHO!!! Pô, sacanagem, né?!!
Mas voltemos a Valdívia.
A cidade é super agradável e fica na beira de um rio onde havia uma competição de remo. Um casal de leões marinhos brincava exatamente no local onde os barcos passavam e por muito pouco não houve um atropelamento. Pelo tamanho dos “bichinhos”, pode ter certeza que o barco a remo levaria a pior e iria a pique!
Ao longo do rio encontramos uma feira de produtores vendendo basicamente peixes e crustáceos, mas também havia bancas de frutas, legumes, especiarias, flores, etc.
O mais interessante foi a facilidade que tive de interagir com diversos feirantes, todos eles muito solícitos em atender ao meu pedido de fotografar.
Essa senhora vendia ervas medicinais,...
... esse senhor tinha uma banca de flores e brincava de que a foto dele seria a mais feia que eu iria tirar em toda a feira. Gostei muito da expressão de seu rosto. ...
... Esse aqui era um vendedor de peixes e ria “meio de lado” escondendo as falhas nos dentes,...
... esse outro fazia pequenas peças entalhadas na madeira,...
... e essa senhora fazia peças em tricô.
Enquanto fotografava essa senhora, um casal se aproximou e perguntou em que periódico sairiam as fotos. O papo se prolongou e ele nos recomendou um restaurante em um local looooonge pacas. Mas, segundo ele, um professor de cirurgia da Universidade Austral do Chile, valia pelo passeio e pela comida. O restaurante ficava numa casinha simples logo depois que terminava o asfalto.
De posse das dicas e com o estômago roncando de tanta fome, colocamos o pé na estrada. Entra praia, sobe morro, entra praia, desce morro... e a paisagem simplesmente belíssima.
Uns 20km depois, encontramos a estradinha bloqueada por uma caminhoneta, repleta de lenha, que havia fundido o motor ao tentar subir o morro.
Depois de uns 15 minutos esperando desbloquear a estrada, seguimos viagem. Como prova de que estávamos BEEEEM longe da civilização, nos deparamos com um carro de boi, algo que simplesmente está em extinção tanto no Chile como no Brasil.
E quando já estávamos jogando a toalha e desistindo, acaba o asfalto e aparece a casinha com o restaurante: o Terrazas de Centinilla. Confesse!! Olhando para a foto, tenho certeza de que você pensou que nós havíamos entrado numa tremenda canoa furada, não é?!!! Pois é, também pensei o mesmo. Mas já que a recomendação era grande, a fome maior ainda e a placa dizia que era “um lugar diferente”, entramos.
Gente, valeu a pena. A comida não tem muito de sofisticação, mas o sabor é simplesmente FANTÁSTICO!!! Comemos lá um dos peixes mais saborosos de TODA A VIAGEM!!! O lugar é agradável, a vista maravilhosa e a simpatia dos donos do restaurante, simplesmente insuperável. Anote aí o site deles (http://www.terrazasdecentinilla.cl/) e confira!
Voltamos já com o sol se pondo e pudemos ver uma baía repleta de barcos de pescadores. TODOS eles amarelos. Não sei se há alguma padronização, mas o interessante é que a grande maioria dos barcos de Puerto Montt era da cor azul.
Para finalizar, nada como a foto de um barquinho voltando para casa ao final do dia!!!
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