Sevilha é uma cidade encantadora! Limpa, colorida, ruas amplas, cheia de vida! Como se não fosse o suficiente, é lá que estão três dos dez lugares visitados mais lindos desta viagem: a Plaza de España, a imponente e rica Catedral com sua Giralda e o maravilhoso Real Alcázar.
E aí cometemos um erro de planejamento, pois um único dia para ver tudo isso é pouco, MUITO pouco!
Chegamos lá pelas três da tarde, jogamos as coisas no hotel e fomos conjugar o verbo “pernear”! A Plaza de España foi nosso primeiro ponto a visitar. Construída para a Exposição Ibero Americana de 1929, que marcou todo um processo de modernização da cidade, a Plaza de España impressiona pela sua imponência.
Curiosamente não constava como ponto interessante a ser visitado, por estar um pouco mais afastado do buchicho das atrações turísticas mais badaladas. Mas nada que uns quinze minutos de caminhada a mais não resolvam. Vale a pena!
Torre del Oro, ...
... Plaza de Toros La Maestranza...
... e seguimos andando pelas ruas do bairro El Arenal em busca de um edifício triangular chamado de El Postigo, quando encontramos um senhor. Estava nos indicando onde ficava o El Postigo, quando parou e disse “vou fazer diferente. Por favor, me sigam”! E, por mais de meia hora ficamos circulando com esse senhor pelas ruas do El Arenal, ouvindo estórias e explicações que nenhum livro de turismo ou guia turístico iria nos contar. Foi uma dessas coisas que marcam para sempre!
O dia seguinte estava reservado para as duas principais atrações de Sevilha: sua catedral e o Alcázar.
Na catedral, começamos pela La Giralda que é sua torre de sinos, a maior da Espanha. Era originalmente o minarete da mesquita sobre a qual foi erguida a catedral. Sobre o minarete foi erguido o suporte dos sinos e, sobre esse colocado um catavento na figura de uma mulher. No entanto, não é a altura da torre, nem a estátua de mulher que faz o papel de catavento que impressionam, mas a forma de se chegar ao topo: 35 largas rampas de 2m de largura por uns 10m de comprimento.
Mas por que rampa e não escada?! A explicação nos tinha sido dada pelo senhor que nos serviu de guia no dia anterior. Porque o rei árabe subia pela rampa a cavalo até o topo do minarete, para ouvir e fazer suas preces a Alá, mais perto do céu e acima dos seus súditos!
Surpresa ainda maior nos reservava na visita à catedral. Ela é de uma riqueza acachapante. Nunca vimos uma catedral com uma opulência tão gritante. É algo tão marcante que lembramos dos dizeres que encontramos na Capela dos Ossos, em Évora: “nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”! Para quê tanta riqueza?!!
Só no altar principal tem duas toneladas de ouro! Como não tem mina de ouro na Espanha... bem, já deu para imaginar de onde veio, né?!
Esse altar aí embaixo é de prata. Se no altar principal consegui saber quanto ouro tinha, nesse aí os guias que perguntei não conseguiram nem chutar. Ah, também não tem mina de prata na Espanha.
E depois dos altares, se visitam os Tesouros. E tome ouro,...
... e mais ouro,...
... e mais ouro... Ah, qual era mesmo aquela frase da Capela dos Ossos?!
Dali fomos visitar o Real Alcázar. Quanta diferença! O Alcázar é um castelo real. Foi construído pelos reis árabes e depois ocupado pelos reis espanhóis por diversas ocasiões.
A maior parte do esplendor mourisco se mantém e é de uma beleza impressionante. Nada de ouro, nada de prata! A riqueza se encontra nos azulejos, ...
... abóbadas, frisos, ...
... portais...
Como a maioria das linhas religiosas islâmicas não permitem o uso de figuras de animais e de pessoas, a decoração vinha da infinita repetição de pequenos detalhes. Observe azulejo acima, por exemplo, e clique para aumentar a foto. Ele não era um único azulejo, mas dezenas deles, em mosaico, para gerar essa belíssima forma geométrica. É matemática pura!
É uma pena que todo esse esplendor árabe, que nos legou os algarismos que mundialmente usamos, que tantas palavras foram incorporadas à nossa língua, que era um exemplo de tolerância religiosa, que tinha alto índice de alfabetização mesmo entre os gentios (porque toda criança, rica ou não, era obrigada a ler o Alcorão), numa época em que a Europa estava imersa nas sombras da Idade Medieval... seja hoje nem uma parca sombra de seu glorioso passado. É realmente uma pena!
José Eduardo, me desculpe tratar nesse post de assunto diverso. Mas li no Globo, na reportagem sobre uma viagem no oeste americano, seu relato sobre uma longa viagem "round trip" começando e terminando em Las Vegas. Você não fala dela aqui, não é?
ResponderExcluirNão, infelizmente ainda não tive tempo de postar. Mande uma mensagem para edumoreira@patua.com.br e eu lhe mando todo o planejamento da viagem.
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