Boa parte do oeste americano faz parte de uma bacia hidrográfica cujas águas vão do nada a lugar nenhum!
Heim?!!! Cuméquié?!!!
Oeste dos EUA - Mono Lake, Califórnia |
A
Great Basin é formada por rios, temporários ou perenes cujas águas jamais
chegam ao mar. Desembocam, quando muito, em lagos e “terminam” seus dias
através da evaporação. Não é a toa que o Great Basin é igualmente, o maior
deserto americano!
O
Mono Lake, na Califórnia, é um desses lagos e recebe a água de rios e riachos
do lado leste da Sierra Nevada. As águas que ali chegam não vão a lugar algum.
Voltam ao ciclo através da evaporação.
Formações calcárias em Mono Lake |
Formado
a cerca de 760000 anos atrás e parte de um lago muito maior que cobria boa
parte de Nevada e Utah. Esse antigo lago, por sua vez, foi formado por um
oceano ancestral, cujas águas ficaram represadas. O lago salgado de Salt Lake
City é irmão gêmeo do Mono Lake.
Devido
a altíssima concentração de sal e bicarbonato de sódio, suas águas são duas vezes
mais salgadas e cem vezes mais alcalinas que o mar! Ali você não afunda nem com
muito lastro!!!
Mono Lake ao amanhecer |
E
o que acontece quando o homem resolve colocar o seu dedo em um ambiente de
frágil equilíbrio? Dá caca, é óbvio!!!
Megápole
de milhões de habitantes, Los Angeles precisa de água para os seus habitantes.
E onde resolveu buscar? Nos rios que abastecem o Mono Lake.
As águas do Mono Lake são 2,5 vezes mais salgadas e 100 vezes mais alcalinas que as do mar |
Só
faltou combinar com o sol, que continua inclemente na sua faina de evaporar a
água do lago. E com menos água entrando que a que evapora, o lago foi
diminuindo de tamanho.
Desde
1941, quando esse processo de desvio iniciou, o Mono Lake já baixou em mais de
8 metros o nível de sua superfície, o que representa quase 70% do seu tamanho
original. Felizmente foram tomadas medidas para estancar esse processo.
Um desastre ecológico que é um tesouro de imagens para os fotógrafos |
Para
nós, fotógrafos, essa tragédia ecológica foi um presente dos céus. Quando as
águas baixaram, apareceram maravilhosas e estranhas formações calcárias que
estavam submersas, semelhantes a estalagmites.
Fotografar
as “tufas” do Mono Lake é dar asas à imaginação. É como fotografar a paisagem
de outro planeta. E fica aqui uma dica: acorde bem cedo e vá aproveitar a luz do
nascer do sol. A luz “quente” da alvorada faz uma parceria fantástica com o
visual do Mono Lake em suas fotos.
Imagens maravilhosas que mais parecem as de um outro planeta |
E
não pense que estará sozinho. Outra dúzia e meia de fotógrafos estarão lá, com
você, registrando seus clicks.
Ah,
o Mané aqui, morto de cansaço da maratona desta viagem, ficou mais tempo que
devia na cama e perdeu o melhor da festa. Mesmo assim acho que o resultado
ficou lega!!!
As "tufas" calcárias de Mono Lake |
Nenhum comentário:
Postar um comentário