Veja também
os demais posts da série “México”: “Día de Muertos”, “Chiapas”, “Mezcal tem gosto de festa...”, “Cañón del Sumidero”, “Dançando na Praça”, “O Cristo de Copoya”, "Um pouco de história I", "Ninho de Cobras" e "Isla Mujeres"
A estátua do Anjo da Independência na Cidade do México |
Sempre que se viaja para países de terceiro mundo, fica a preocupação com relação à segurança. Ao irmos ao México não foi diferente.
No
entanto, apesar de estarmos o tempo todo em contato com pessoas bem humildes,
em momento algum nos sentimos ameaçados quanto à nossa segurança. Absolutamente
nada do que sinto em cidades brasileiras como Rio, São Paulo ou Recife.
No Brasil, a gente ouve muito sobre os massacres provocados no México, pelos cartéis da droga. A coisa está realmente feia por lá, mas o problema, pelo que nos contaram, está limitado a certas áreas bem definidas.
Hippies europeus em San Cristóbal de las Casas |
Não vimos nenhum sinal de consumo de drogas pelas cidades que visitamos: Tuxtla, Oaxaca, Puebla, Cuernavaca e Taxco.
Na Cidade
do México vimos uso de maconha nas ruas de uma área nobre, mas nenhum sinal de
algo similar a uma cracolândia.
Em San Cristóbal de Las Casas vimos muito “bicho grilo” pelas ruas. Todos com cara de europeu consumidor de drogas, mas em momento algum presenciamos consumo.
Em San Cristóbal de Las Casas vimos muito “bicho grilo” pelas ruas. Todos com cara de europeu consumidor de drogas, mas em momento algum presenciamos consumo.
Controle de estrada feito pelo exército mexicano |
Por outro lado, não foram poucas as vezes que passamos ou paramos em postos de controle do Exército e da Polícia Federal no meio das estradas.
Eles são fortemente armados e buscam limitar a entrada de armas e drogas vindas da Guatemala. Mais de uma vez nosso ônibus foi parado e entrou um militar para fazer uma vistoria.
Gente, jamais vi vistoria mais porca que essas! Entravam, davam uma olhadinha burocrática, agradeciam a nossa paciência e desciam.
Armados até os dentes e despreparados para o real controle do tráfego de drogas |
Como não viam ninguém portando uma metralhadora ou escopeta ou qualquer pacote identificado como “Droga Pura de Colômbia”, isso era sinal que não trazíamos armas ou drogas.
Ninguém teve qualquer curiosidade de olhar o bagageiro e se lá tivesse uma bazuca ou duas toneladas de cocaína, elas teriam passado sem problemas!
Uma outra vez, o militar entrou e, assim que soube que éramos brasileiros, desceu!
A Polícia Federal também está trabalhando no controle do tráfego de drogas |
Ou seja, o pessoal do Comando Vermelho tem acesso livre e seguro ao mercado mexicano.
Mas não é apenas devido às drogas que o exército está presente no sul do México.
Escaldados pelos problemas da guerrilha zapatista da década de 90, eles têm presença ostensiva em todas as cidades de Chiapas que passamos, principalmente perto da Hidroelétrica de Chicoasén.
Murais como esse são comuns na região de Chiapas |
Uma presença que nem sempre é bem-vinda, como demonstrou claramente um motorista que conheci.
Os zapatistas se foram, mas ainda têm muitos simpatizantes na região de Chiapas. Vimos muitos murais exaltando os zapatistas.
Mais que isso, jantamos, em San Cristóbal, em um restaurante de uma cooperativa zapatista financiada por ONGs europeias.
Nesse restaurante eles não servem Coca Cola, por ser um símbolo capitalista, mas aceitam cartões de crédito Visa e MasterCard.
Não são poucos os simpatizantes dos zapatistas |
Uma hilária contradição, concorda?
Depois de cantar uma série de músicas de protesto, o cantor do restaurante passou o chapéu pela plateia.
Não aguentei e resolvi dar uma sacaneada. Puxei uma nota de 5 dólares e, quando ele chegou na nossa mesa, disse: “infelizmente só tenho dólares, mas como vocês não aceitam nenhum símbolo capitalista... sinto muitíssimo”!
Bar zapatista em San Cristóbal
|
Precisavam ver a cara de bunda do cantor, sob risadaria geral do pessoal da mesa!
O problema indígena continua necessitando atenção do governo central. Pelo que soube, não é tão grave quanto em tempos passados, mas ainda é um fio desencapado pronto para dar curto!
A moda
agora, entre os indígenas, são as invasões de terra.
Estimulados pelas versões mexicanas do MST, eles invadem áreas urbanas e rurais... e não tem quem os faça sair das áreas públicas ou privadas invadidas, mesmo que exista ordem de despejo.
Vimos muitas dessas áreas invadidas em Tuxtla e principalmente em San Cristóbal.
Invasões de terra são comuns em Chiapas |
Estimulados pelas versões mexicanas do MST, eles invadem áreas urbanas e rurais... e não tem quem os faça sair das áreas públicas ou privadas invadidas, mesmo que exista ordem de despejo.
Vimos muitas dessas áreas invadidas em Tuxtla e principalmente em San Cristóbal.
Belíssima fonte no Palácio Nacional, na Cidade do México |
Batedor de carteira, assaltante?
Rodei meio México com minha câmera a tiracolo e em momento algum senti qualquer sinal de perigo.
Mas também não dei bobeira, é óbvio!
Toda essa paz que descrevi não quer dizer que o meu anjo da guarda não tenha feito um punhado de hora extra e terminado as férias estressado para me deixar bem tranquilão, concorda?!