Veja também os demais posts da série
“México”: “Día de Muertos”, “Chiapas”, “Mezcal tem gosto de festa...”, “Cañón del Sumidero”, “Dançando na Praça” e “O Cristo de Copoya”
Se você
perguntar para um brasileiro comum o que ele sabe do México, as respostas serão
poucas e variadas.
Para os
amantes do futebol, México significa o tricampeonato de 70, com uma seleção
realmente insuperável, cujo maior expoente era Pelé.
Pra
quem já beira os setenta anos, México é bolero. E vai cantar músicas como Besame
Mucho, Cielito Lindo, Solamente una Vez, Noche de Ronda...
Para os
fanáticos por televisão, México é sinônimo das novelas dramáticas e açucaradas
do SBT. Ah, e do programa do Chaves também!
De quem
sofre com um celular, talvez você ouça um monte de palavrões. Mas certamente
ele não saberá dizer que a Claro e a Embratel fazem parte do império econômico
do homem mais rico do mundo, o mexicano Carlos Slim.
Para
quem gosta de viajar, México é Cancun e Cozumel.
Cancun |
A
presença do homem em terras mexicanas remonta há 20000 anos. Mas foi com os
olmecas que surgiu a primeira civilização realmente digna de nota. Os olmecas
chegaram por volta de 1500 AC e reinaram por 500 anos.
Enorme cabeça Olmeca |
Ruínas de Toniná |
Ruínas de Palenque |
Os
maias desapareceram por volta de 800 a 900 DC. O motivo ainda é desconhecido,
mas provavelmente a superpopulação esgotou os recursos naturais existentes,
gerando fome e doenças.
Ruínas de Palenque |
Enquanto
isso, mais ao norte, outras civilizações prosperavam. A cultura mais importante
era a zapoteca, que perdurou de 500 AC a 800 DC. Visitamos as ruínas zapotecas
de Monte Albán, que chegou a ter 25 mil habitantes. Um local belíssimo. Vendo a
grandiosidade do local, nem dá para acreditar que o morro onde se encontram as
ruínas foi aplainado NA MÃO!!
Ruínas de Monte Albán |
Mitla,
outra ruína zapoteca que visitamos, foi posteriormente ocupada pelos mistecas,
que deixaram esses belíssimos murais da foto abaixo, parecidíssimos com os da
cultura grega.
Murais mistecas em Mitla |
Mas
nada, na época, superava a cidade-estado de Teotihuacán, que chegou a ter 125
mil habitantes. Abandonada em cerca de 650 DC, foi posteriormente ocupada pelos
astecas.
Calzada de los Muertos com a Pirâmide do Sol ao fundo, em Teotihuacán |
Os
famosos astecas somente apareceram por volta de 1300, vindos do norte, e foi a
última grande civilização mexicana, destruída em 1521 com a chegada dos
conquistadores espanhóis.
Veja
bem essa “sutil” diferença. Espanhol não é descobridor. Espanhol, para os
mexicanos, é sinônimo de conquistador. E com o conquistador veio a destruição
de uma civilização, junto com saques, doenças e a imposição de uma nova
cultura.
Massacre dos astecas pelos conquistadores espanhóis |
É por essas
e por outras que o espanhol não é bem visto no México.
Aqui no
Brasil, o português é o descobridor e tropeçamos em estátuas glorificando Pedro
Álvares Cabral. A história do Brasil “começa” em 1500 e “nada” existia antes
disso!
Descobrimento do Brasil |
Pois eu
lhe desafio a apontar uma única estátua mexicana em homenagem a Hernán Cortés,
o primeiro espanhol a por os pés no México.
Hernán Cortés, conquistador do México |
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