Veja também os posts "Portugal e Espanha – Eskerrik asko", “Portugal e Espanha – Pela Costa Verde" e “Portugal e Espanha – Voltarei, como peregrino!".
Hoje demos um até logo à Espanha e entramos em Portugal.
O que posso afirmar de cara é que as diferenças entre os dois países são gritantes, mas vou tratar isso em um post em separado.
Caminha não estava no roteiro original e foi sugestão do Beto, que já tem uma vasta quilometragem na região nas suas andanças pelas origens da família Alencar. Confesso que não estava muito animado, mas acabei incorporando. Valeu a pena!
Caminha é uma cidade muito pequena, com vários monumentos com centenas de anos de idade. Entre eles, a casa aí abaixo, onde nasceu Pero Vaz de CAMINHA.
Dali seguimos para Freixieiro de Soutelo. Freixieiro de QUÊ?!! Pois é, já que já estava por lá, resolvemos visitar o local de onde saíram os primeiros antepassados conhecidos da nossa família Alencar.
Pois duvido que o lugarejo tenha evoluído alguma coisa dos princípios de 1700 até hoje!!!
Na minha preparação, consegui as coordenadas geográficas de Freixieiro de Soutelo. Tasquei essas coordenadas na Rachel (nosso GPS) e...
Gente, a pobrezinha da Rachel quase teve um ataque epilético e nos fez embrenhar por umas estradinhas que mal cabia um carro. O pior é que, perdidos, quando perguntávamos onde ficava Freixieiro de Soutelo, as pessoas respondiam “não sei onde fica”, mas respondiam com uma cara de “heeeinmmm”, que chegava a apavorar.
Foi um lavrador, que descia o morro com a família toda aboletada em um trator que nos salvou. Deu algumas correções de percurso e lá fomos nós nos embrenhando pelo interiorzão de Portugal a dentro.
Novamente perdidos e longe de qualquer sinal de civilização, encontramos um senhor consertando o seu trator.
Pergunta de praxe: por favor, onde fica Freixieiro de Soutelo? Qual não foi a nossa surpresa ao ouvir a resposta: “É aqui!”
Não, não tínhamos falado grego, pois repetimos a pergunta e a resposta foi a mesma.
Próxima pergunta: mas, senhor, onde fica a vila de Freixieiro de Soutelo? A resposta foi a confirmação cabal de que nosso idioma e o dos nossos patrícios muitas vezes são como água e óleo: “mas não tem vila nenhuma!”
Bem, vamos traduzir essa zorra para o português... o nosso, é claro. Se você estivesse perdido no meio do mato, a 20km de Unaí, mas dentro do município, e alguém lhe respondesse que Unaí era ali, ele não estaria gozando de sua cara. Afinal, aquele trecho de terra faria parte de Unaí, concorda? Típica resposta de português!!! Anote aí, mais uma piada ao vivo!!!
E quando perguntamos pela VILA de Freixieiro de Soutelo, era porque nada menor que vila me veio à cabeça. E igualmente o senhor estava certo, pois Freixieiro de Soutelo é tão pequena que nem vila consegue ser. Não passa de uma FREGUESIA!!! Pois eu nem sabia que freguesia existia. Mais uma resposta típica de português!!!
Depois de uns 15 minutos tentando ajustar o nosso português com o dele, seguimos viagem para finalmente encontrar a tal de Freixieiro de Soutelo dos nossos antepassados. Mas, com o perdão da má palavra, aquilo ali é o %#@$*& do mundo!!!
A propósito, você por acaso sabe o que é uma freguesia?! Não? Nem eu!! Mas é o que por aqui eles denominam aquilo que é um SUBNITRATO DE PÓ de vilarejo!!
Mas valeu a pena! Em nome de Bárbara de Alencar, do escritor José de Alencar, do senador José de Alencar (pai do escritor), do almirante Alexandrino de Alencar, do presidente Castelo Branco, do governador Miguel Arraes, do seu neto governador Eduardo Campos, dos escritores Raquel de Queiroz, Pedro Nava e Paulo Coelho, do cartunista Jaguar, do poeta e compositor Patativa do Assaré, dos pintores Albery e Oscar Araripe, do cineasta e diretor de TV Guel Arraes e de tantos outros Alencares, batemos o ponto e marcamos presença em Freixieiro de Soutelo. Mas confesso que precisei de muita força de vontade.
O dia terminou em Viana do Castelo, num feliz reencontro com a civilização!
A ponte aí de cima foi projetada e construída pelo engenheiro Eiffel, o mesmíssimo da Torre Eiffel. Aí em baixo... bem, vocês nem podem imaginar a quantidade de noivas e de casamentos que nós vimos nessa viagem!!!
boa tarde,
ResponderExcluirA sra devia ser mais comedida na forma de falar de Freixieiro de Soutelo
Realmente você tem razão. Deveria ter um pouco mais de respeito pela freguesia de onde saíram os meus antepassados.
ExcluirInfelizmente, ser politicamente correto não está entre os meus originais de fábrica. Peço desculpas por isso, caso o post tenha lhe incomodado.
A propósito, a Sra que você se refere é a minha esposa, que não tem absolutamente NADA a ver com o assunto.
Apenas como referência, minha esposa nasceu em Rio Novo, um pequeno município do interior do estado de Minas Gerais. Com menos de 9000 habitantes, Rio Novo sempre foi motivo de brincadeiras minhas com a minha esposa. Dizia que Rio Novo não passava de um mero cocô de mosca no mapa do Brasil, ou que ela havia nascido em um "subúrbio" de um "subúrbio" de um "subúrbio" do Rio de Janeiro.
Pois saiba que Rio Novo, comparada com Freixieiro de Soutelo (meros 511 habitantes), pode ser considerada uma "grande metrópole"!
Perdi a motivação inicial da minha brincadeira e passei agora EU ser o motivo das gozações! Brincadeiras que recebo sem nenhum problema!!!
Afinal, foi de Freixieiro de Soutelo, por mais insignificante que possa ser em termos de tamanho, que saíram os antepassados da família Alencar, cujo nome carrego com muito orgulho,
Uma família que já deu ao Brasil, um presidente da república (Humberto de Alencar Castelo Branco), dois governadores de estado (Miguel Arraes de Alencar e Eduardo Campos), a primeira presa política brasileira (Bárbara de Alencar), de expoentes do Império (o senador José de Alencar, pai do romancista de mesmo nome, e o almirante Alexandrino de Alencar, um dos grandes nomes da Marinha do Brasil), de escritores de renome (José de Alencar, Raquel de Queiroz, Pedro Nava e Paulo Coelho), isso sem falar no cartunista Jaguar, no poeta e compositor Patativa do Assaré, dos pintores Albery e Oscar Araripe, do cineasta e diretor de TV Guel Arraes e de tantos outros Alencares.
É por isso que, com o orgulho que tenho de minhas raízes, me sinto no direito de brincar com as minhas origens.
Mas como essas brincadeiras podem não ser bem entendidas e machucar alguém, mais uma vez ficam aqui as minhas desculpas. Não foi essa a minha intenção.