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Só mesmo uma pessoa sem a menor sensibilidade espiritual para não sentir a tremenda energia que emana de todos os cantos da Santiago de Compostela, em especial na Praça do Obradoiro.
Chegamos a Santiago ontem, mais para o fim do dia e ainda bem claro. Com tempo suficiente para jogarmos as malas no hotel e batermos canela pela cidade.
Mesmo naquela hora do dia, ainda chegavam peregrinos, terminando sua árdua caminhada.
Não dá para ficar insensível à emoção e aos abraços daqueles que acabavam de chegar, sendo recepcionados por companheiros de caminhada que chegaram mais cedo.
Para cada um, uma vitória, uma conquista de vida! Em cada peregrino, uma vivência que ninguém, mas ninguém mesmo poderá tirar de dentro deles. Em cada peregrino, as marcas que foram sendo coletadas pelo caminho, principalmente pés cheios de bolhas.
Se em Salamanca se transpirava alegria, Santiago se transpira energia pura.
A catedral se impõe pela sua extrema simplicidade. Em Salamanca a catedral era imensa e rica. Pois a riqueza da de Santiago é o símbolo que ela congrega, de simplicidade, de despojamento, de sacrifícios. Não é por ter PRETENSAMENTE os restos do apóstolo Tiago que ela é importante, mas por unir as pessoas das mais diversas nacionalidades e credos em torno de um mesmo objetivo!
Rodamos pela praça, fotografei bastante, conversei com vários peregrinos. Dali saímos para jantar.
No dia seguinte, retornamos à Praça do Obradoiro. Novos peregrinos chegando e a mesma emoção presente.
E a missa do meio dia é algo imperdível! Não sou católico, mas essa missa é algo inesquecível. Apenas vivenciei algo semelhante à missa que presenciei na pequenina capela de São Francisco, em Assis, Itália, embaixo de uma enorme basílica que não me mexeu em nada.
Quem me conhece, sabe o quanto sonho em fazer o Caminho de Santiago. Não com o objetivo de me encontrar espiritualmente ou para pagar qualquer promessa. Simplesmente por um espírito de aventura e pela necessidade de viver essa experiência. No entanto, tenho certeza de que ninguém sai igual depois de terminar o caminho.
Qual o Edu que sairá de lá, eu não sei. Aguardem mais alguns anos e veremos.
O que sei, é que naquela praça, ficou renovada ainda mais a minha vontade de voltar ali... dessa vez como peregrino!
PS: o post de hoje é uma homenagem à minha grande amiga e experiente peregrina Ana Hosannah, a maior incentivadora da minha caminhada. Ana, tenha certeza de que voltarei!
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