quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Portugal e Espanha - Tromba rija!

Veja também os posts "Portugal e Espanha – A lenda do galo de Barcelos", “Portugal e Espanha – Considerações ibéricas" e “Portugal e Espanha – Vale tanto quanto uma tripa!".

Ontem fechamos o dia em Coimbra, percebendo que teríamos mais uma dose do mesmo pacote recebido no Porto! Por outro lado, por ser uma cidade de cunho fortemente universitária, tínhamos uma expectativa positiva.

Diríamos que foi mezzo a mezzo!! Mezzo calabresa, mezzo mozzarella!!

Coimbra respira o ar de sua universidade, fundada em 1290. Hoje são mais de 30000 estudantes, a maioria vinda de fora.

Por outro lado, o ser humano, em Coimbra, deveria ser dividido em cabeça, tronco e... ASAS!! Cacilda, como essa cidade tem ladeira! Haja perna para agüentar tanta ladeira e escadaria! Melhor se tivéssemos asas e chegássemos rapidinho lá em cima, onde fica a universidade, uma vez que nos hospedamos na Baixa.

O pior é que com a gente se arrastando ladeira acima, precisávamos fazê-lo prendendo a respiração, uma vez que aquele tradicional e desagradável “cheirinho” que já comentamos, se espraiava pelo caminho.

Para distrair, pichações! Os estudantes de Coimbra têm o costume de pichar poemas e frases exotéricas pelas paredes da cidade. Não suporto pichação, mas tenho que reconhecer que os pichadores daqui têm, pelo menos, um grau de cultura mais elevado que os nossos.

Mas nenhuma pichação superou essa: “BLIBLIA, ditada pelos ETs e maus espíritos...” Acho que a BLÍBLIA a que ele se referia devia ser alguma outra, pois a que conheço é a Bíblia!

Chegamos lá em cima encharcados de suor, pisando língua e com o coração a 412 batimentos por minutos, querendo saltar da boca pra fora!

Os primeiros edifícios da universidade que encontramos mais pareciam blocos monolíticos e acinzentados produzidos na União Soviética dos bons tempos do regime comunista.


Fuça daqui, fuça dali, e encontramos os prédios mais antigos, o Pátio das Escolas (finalista (?!!!) das 7 Maravilhas de Portugal). É bonito, mas nada que causasse algum entusiasmo, assim como foram a Sé Velha, a Sé Nova, o Mosteiro de Santa Cruz e o Arco de Almedina. Classificaria Coimbra como uma cidade insossa!


Leiria, a 75km de Coimbra, valeu pelo mais fantástico restaurante que comemos até o momento: o Tromba Rija. Ele tem três filiais, mas é o original que tem todo o charme. A comida é simplesmente fantástica e o tratamento dado pela própria dona do restaurante, Dona Elizabeth Real, nos faz sentir como reis. O sobrenome explica tudo.

O bufê custa 32 euros e antes que você comece a achar que está caro, DUVI-DE-Ó-DÓ-DÓ que você consiga experimentar cada uma das dezenas e mais dezenas de iguarias que lhe são oferecidas. Ah, e uma garrafa de vinho está incluída no preço.


Comece pelo balcão de entradas (mais de 20), queijos (mais de 10) e saladas (umas 5). Prossiga pelos pratos quentes (uns dez pratos típicos da culinária portuguesa, sendo que dois deles, um bacalhau e a carne são os carros fortes). Optei pelo bacalhau, é claro! O prato foi montado com todo o cuidado e carinho pela Dona Elizabeth.

Terminado o prato principal, não podemos nos esquecer das sobremesas (umas 8). Ao voltar à mesa, lhe espera um pequenino copo de sorbet de limão, digestivo para tirar o gosto do salgado de sua boca e prepará-la para as sobremesas.


A essa altura do campeonato, você já está jogando a toalha e rezando para uma ambulância estar lhe esperando lá fora. Pois ainda tem mais! Para cortar o sabor do doce, vem um baita cesto de frutas (mais de 10 diferentes).

Cabou? Nananinaná!!!! Ainda tem um cesto de avelãs, amêndoas e nozes, acompanhadas de vinho do Porto e aguardente bagaceira.


Bem, agora só falta um cafezinho... com uns biscoitinhos e licor caseiro de amêndoa amarga, pois ninguém é de ferro.

Agora me diga: ainda está achando caro? E olha que nossa versão de almoço, na sexta, foi light, comparada com o que é oferecido no sábado e no domingo!

Para fazer a digestão, nada como subir um morro, não é mesmo?! E lá fomos nós, morro acima, visitar o Castelo de Leiria, Apesar de não ter sido berço do primeiro rei de Portugal, como obra de arquitetura dá de 10x0 no Castelo de Guimarães. Pena que o mesmíssimo desleixo com o patrimônio nacional estivesse presente.


O turista que paga uma entrada, quer ver um monumento tinindo de belo, e não com restos de um show de música que ocorreu a uns 15 dias e que ainda não retiraram toda a tralha. Nem com cabo de energia cruzando pelo alto, entre uma torre e outra ou descendo pelas paredes do castelo. Ou com barreiras feitas de plástico jogadas nos cantos das muralhas como se fossem lixo.


Parece implicância, mas não é. Quando se faz uma viagem como essa a gente vai ficando mais crítico e seletivo, devido a tanta coisa linda que se vê... e não se admite uma coisa que seja meia boca, ou marcada pelo desleixo!

Terminamos o dia em Fátima, um dos locais que simboliza a religiosidade católica,

Em 13 de maio de 1917, três crianças pastoras viram uma figura brilhante em um azinheiro, árvore local. Essa figura, Nossa Senhora, lhes pediu que voltassem no mesmo dia, durante seis meses. Em sua última aparição, acompanhados de mais de 70000 peregrinos, Lucia, uma das crianças pastoras, ouviu os famosos “segredos de Fátima”.

Ao lado do azinheiro foi construída uma capela e mais adiante a grande basílica e uma esplanada gigantesca que é duas vezes maior que a Praça de São Pedro, em Roma.


Um longo caminho em granito polido se estende por toda a esplanada, percurso que muitos peregrinos pagam suas promessas percorrendo-o de joelhos.


Acreditando ou não na estória, sendo católico ou não, ninguém pode deixar de se impressionar com as manifestações de fé dos peregrinos presentes, que é externada de uma forma completamente diferente daquela que vimos em Santiago de Compostela.

Um comentário:

  1. Qtas orgias gastronômicas. Vcs vão chegar aqui rolando. Rsrsrsrs. Guardem panfletos e endereços de lugares que valham a pena. Devo fazer uma viagem para Portugal com o papai. Aproveitem!! Bjs. Susi.

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