quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Salto do Itiquira – Um Zumbi na Trilha do Indaiá

Veja também: "Aventura - A Trilha do Salto de Itiquira"


Acordei hoje sentindo músculo que eu nem sabia que existia. Tá TUDO doído! Tô literalmente moído!!! Mas MOÍDO de uma forma que há muito tempo eu não me sentia!!!


Qual a causa?! Uma aventura na Trilha do Indaiá.
A Trilha do Indaiá, a uns 75km do centro de Brasília
Se você é daqui de Brasília, provavelmente já visitou o Salto do Itiquira, na cidade de Formosa, GO. Uma queda belíssima de 168m de altura. Visitar Itiquira por baixo é fichinha. Você vai por asfalto até um baita estacionamento, início de uma trilha pavimentada de 15 minutos até o poço, que fica na base da cachoeira.

Duro mesmo, principalmente para alguém que está fora de forma como eu, é fazer a Trilha do Indaiá!
Cachoeira bem no início da trilha
Dê uma olhada no mapa acima e imagine você mesmo o quanto se caminha até chegar à parte de cima do Salto do Itiquira. Tem cerca de 4km de trilha, mas pelo tamanho da língua que fui deixando pelo meio do caminho, foi para mim uma maratona e meia!!!
Primeira cachoeira e travessia do rio
A trilha começa perto da fonte onde a água mineral Indaiá é captada. Dali até a beirada do rio é uma bela descida. E como todos sabemos que a água de um rio corre por gravidade, a trilha até o Salto de Itiquira é morro abaixo. Ou melhor, morro abaixo, morro acima, morro abaixo, morro acima... Afinal, a trilha segue o relevo existente e tem um desnível de quase 200m. Imaginou um prédio de 70 andares? Pois é quase isso!
A paisagem é belissima!
Cara, haja perna, uma vez que a trilha (como toda boa trilha) não é nem um pouquinho ergométrica! Mas vale a pena o sacrifício, pois a beleza das corredeiras e cachoeiras é sensacional!
Segunda cachoeira
Antes da esticada final até a beira do Salto do Itiquira, fizemos uma merecida parada em um poço, onde tomamos um belo banho de rio e comemos para repor as energias gastas no percurso.

Repor?! Bem, acho que meu estômago esqueceu-se de avisar pras minhas pobres pernas, que havia um reforço energético. As coitadas já estavam prá lá de Bagdá!
Visão frontal do Salto do Itiquira
Ignorei as dores e segui em frente. A visão que se tem do alto da queda é impressionante. Tudo é como formiguinha lá em baixo. Se alguém escorregar e cair, certamente vai ter tempo bastante para bater asas e aprender a voar!
Flor do cerrado - Turnera sp.
Mas de cachoeira mesmo não se vê absolutamente NADA! Solução? “Simples”! Basta caminhar mais um quilômetro de trilha, subindo mais uns 30 metros, para depois descer outros 80 metros (informações tiradas do Google Earth!), para curtir a estonteante visão frontal do Salto do Itiquira...
Flor do cerrado - Pavonia sp.
Isso, é claro, depois de uns 15 minutos encostado em uma árvore, tentando recuperar o fôlego, uma vez que o meu pulmão tinha ficado pelo meio do caminho.
Flor do cerrado - Cambessedesia cf. hilariana
Você tá rindo da minha desgraça?! Pois lembre-se que esse foi o caminho de IDA!!! Ainda estava faltando o caminho e volta! Ou seja, o infeliz aqui ainda tinha que percorrer 5km de trilha, vencendo o desnível de quase 300m morro acima. Ou melhor: morro acima, morro abaixo, morro acima, morro...
Flor do cerrado - Eriosema sp.


Juro que tive vontade de pedir resgate via helicóptero, mas não tinha sinal no meu celular da TIM (Aaaaarghhh!!). Deu vontade de soltar um PUTAQUISPARIU, mas a garganta seca e a absoluta falta de um pulmão me impediu de fazê-lo!
Flor do cerrado - Dalechampia caperonioides
O jeito foi ditar o ritmo da volta dentro das forças que ainda restavam. Aproveitei para ir tirando fotos das belas flores do cerrado que encontrava pelo caminho.
Flor do cerrado - Microlicia sp.
Ah, você pensa que foi só eu que abriu o bico? Nananinaná! Veja o estado que ficou a minha botina Timberland!
Era uma vez uma botina Timberland... JÁ ERA!!!
Cheguei no estacionamento feito um zumbi, no limite da exaustão. Se não tive um piripaco pelo caminho, certamente não terei um tão cedo!
Flor do cerrado - não identificada. Alguma Malvacea (Pavonia ou Peltaea)
Apesar do sacrifício, a aventura valeu a pena e rendeu boas fotos! Mas não me candidato para outra aventura desse naipe tão cedo!
Flor do cerrado - Rhynchospora sp.

PS1: Ô Dorival, chiar da caminhada até o Delicate Arch, no Arches National Park, EUA, é reclamar de barriga cheia! Encarar 2km de trilha e 100m de desnível é pinto perto da Trilha do Indaiá!!! Eu era feliz e não sabia! Kkkkkk
Flor do cerrado - não identificada. Alguma Amaranthaceae
PS2: Resumo do dia – dois sanduíches, 1/3 de pacote de biscoito Negresco, meia laranja, 1 maçã... e mais de QUATRO litros de água!!! E ainda perdi dois quilos!!
Flor do cerrado - Palicourea rigida
PS3: o meu muito obrigado ao amigo Bruno Walter, pesquisador da Embrapa, pela identificação das fotos das flores!

15 comentários:

  1. Legal Edu, tava afim de pegar um praceio assim. Pra fazer a trilha precisa de guia, como faço pra fazer esse percurso?

    ResponderExcluir
  2. Não tenho experiência nessa trilha. Foi a primeira vez que fiz. Por outro lado, meu irmão curte essa trilha tem mais de 20 anos. Não acho que precise de guia. Mande uma mensagem pelo meu e-mail e vejo o que posso fazer.

    ResponderExcluir
  3. Me senti exatamente igual a você quando fiz essa trilha há uns dois anos, mas com um agravante: sem água e comida! Foi sensacional, quer voltar lá ainda este mês!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mto legal o seu relato Edu! Rendeu-me boas risadas e ao mesmo tempo fiquei instigada! Mari que surpresa vc por aqui... demorou, vamos combinar :-)

      Excluir
  4. Woow tat waas strange. I just wrote an incredibly long comment but after I clicked submit my comment didn't show up.
    Grrrr... well I'm not writing aall that over again. Anyways, just wanted
    to say excellent blog!

    Feel free to surf to my homepage: medical negligence consultants

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hi, I tried to access your page but it sends me to gooogletech.com (with 3 "o"s)

      Excluir
  5. Nessa trilha tem como fazer ela de bike?

    ResponderExcluir
  6. Tem como fazer essa trilha de bike?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não sou nenhum especialista em bike, mas acredito que não. Pelo menos boa parte dela teria que ser feita com a bike nas costas, pois as trilhas são muito estreitas e irregulares!

      Excluir
  7. Comentário inserido em 11/3/14 por Domingos Braga

    Boa tarde, Edu!
    Se você com esta forma toda se cansou, imagine o velhinho aqui.
    Com agravante de 3 maços de cigarro por dia.
    Me cansei só de ler... KKK
    Parabéns pela companhia de amigos tão interessantes e cultos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É, de vez em quando eu faço uma estripulias dessas.

      Agora em junho passado, viajei de carro até o Oeste para fotografar. Mais de 8000 milhas de carro... sozinho! Cheguei a pegar 52º centígrados no Vale da Morte e fiz uma trilha a 3000m de altitude na Bristlecone Pine Forest onde cuspi meu pulmão pelo meio do caminho. kkk

      Excluir
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  9. Rindo até 2025 do seu relato... muito bom!!! kkkkkkk
    Fiz essa trilha quando era novinha, mas acredito que hoje, fora de forma e sem preparo físico, peça arrego na metade do caminho, ou bem antes disso rs.

    ResponderExcluir
  10. Rindo até 2025 do seu relato... muito bom!!! kkkkkkk
    Fiz essa trilha quando era novinha, mas acredito que hoje, fora de forma e sem preparo físico, peça arrego na metade do caminho, ou bem antes disso rs.

    ResponderExcluir
  11. Excelente Edu. Marcamos pra fazer essa trilha dia 27 Mai. Sua descrição foi de grande valia. Obridaduuu!!!

    ResponderExcluir