segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mergulhando pelo mundo – Rosalinda e Pinguino



Veja também os outros posts da série “Mergulhando pelo mundo”: "Afinal, o que é mergulhar?" e “SS Sapona e Castor”.



Outro belo mergulho que fiz foi no Rosalinda, que naufragou em 1955, no Parcel dos Abrolhos, com um carregamento de cimento e cerveja.
Locais dos naufrágios do Rosalinda e do Pinguino
Como o navio está pousado no fundo, corretamente encaixado entre cabeças de coral, pode-se passar por baixo do casco, de um lado ao outro. É uma experiência muito interessante passar por baixo de um navio. O hélice é enorme e está intacto.
Rosalinda
Mas o melhor do mergulho está em visitar os porões e ver sua carga de cimento. Em contato com a água o cimento solidificou-se, formando uma verdadeira obra de arte. Você pode ver sacos ainda parcialmente empilhados, assim como pilhas semi-derrubadas e sacos espalhados no chão. Algo como se fosse uma fotografia do momento exato do choque do navio com o recife de coral.
Blocos de cimento no porão do Rosalinda
Abrolhos, por si só merece registro pela sua beleza. Formada por cinco ilhas e o maior banco de corais do Atlântico Sul, Abrolhos hoje faz parte de um Parque Nacional Marinho, estando protegida.
Vsão de dentro do Rosalinda
A origem do seu nome, no entanto, é curiosa. Vem de uma corruptela de “abra os olhos”, contida em antigas cartas náuticas portuguesas. Devido aos perigos que a região oferece por estar em pleno mar aberto e dada a grande quantidade de recifes submersos, os mapas continham a advertência “ao chegar perto da costa, abra os olhos”!
Naufrégio do Rosalinda
A Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, é pródiga no número de barcos afundados, sendo Arraial do Cabo considerada a capital brasileira do naufrágios. Deles o HMS Thetis, uma fragata inglesa coletora de impostos, talvez seja o naufrágio mais famoso. Afundou em 1830 com uma rica carga. Apesar de muito ter sido resgatado (cerca de 810.000 libras em barras de ouro e prata) e confiscado pelo governo inglês, imagina-se, pelos registros de bordo, que ainda haja mais de uma tonelada de tesouro ainda submerso. Quem se habilita?

A Baía da Ilha Grande é igualmente uma região repleta de naufrágios. Lá eu mergulhei em um dos mais visitados pontos de mergulho do litoral fluminense: o naufrágio do Pinguino, de 1967.
Placa no convés do Pinguino
Um curto circuito no meio da noite provocou um incêndio na casa de máquinas. Uma vez que a carga era de cera de carnaúba, o incêndio acabou se alastrando provocando o afundamento do barco. O cargueiro está pousado de lado no fundo do mar, ainda inteiro, possibilitando um belo mergulho tanto para iniciantes como para os especialistas em naufrágios, que podem visitar o seu interior e porões.
O naufrágio do Pinguino
Mas quer saber de uma fofoca? Jornais da época informaram que um inquérito policial foi aberto pois suspeitava-se que o incêndio teria sido provocado para encobrir contrabando. Afinal, o navio se encontrava bastante fora de sua rota prevista.

Mapa do Pinguino


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