quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Preconceito - Aceitação e tolerância não são sinônimos



Veja também os outros posts da série "Preconceito": "Somos todos preconceituosos" e "C'est porc monsieur!"


Seria muito bom que você lesse também os outros dois posts dessa série. Afinal, preconceito é um tema muito delicado e não gostaria de despertar malentendidos.

Como dizia, além de árabes, os negros e homossexuais são outros alvos fáceis do preconceito.

Devido à crescente visibilidade e à força de seu movimento, o público homossexual tem conquistado sensível avanço na batalha contra o preconceito, em especial na Europa e América do Norte. Isso se reflete em crescente aceitação por parte dos heterossexuais.
Em termos de turismo, é um público composto por pessoas com bom nível sócio-econômico-cultural. Têm bala na agulha para gastar e são extremamente sofisticados e exigentes. E é aí que muitas vezes se encontram os conflitos.

Em nossa machista sociedade latino-americana essa aceitação nem sempre é tão ampla quanto deveria ser. E vai diminuindo sensivelmente quando vamos descendo nas escalas econômico e cultural de nossas sociedades.
Lembre-se que aceitação e tolerância não são sinônimas. Se o dono ou gerente do hotel aceitam as diferenças e opções sexuais do público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), na maioria das vezes o empregado desse mesmo hotel vai ter uma atitude que, mal e porcamente, significa tolerância.

E quem tolera anda permanentemente no fio da navalha para não extravasar o que realmente sente ou pensa. É uma bomba que não tem hora marcada para explodir, mas vai fazê-lo mais cedo ou mais tarde... e da forma mais desastrada e inadequada possível!
Os negros, apesar de tantos avanços, infelizmente ainda não conseguiram fazer com que o seu movimento tivesse a mesma força do movimento homossexual. É notório que, na maioria dos países latino-americanos, negritude e pobreza andam de mãos dadas. E pobre não só é “feio” como é discriminado de norte a sul desse mundão de Deus!

Tenho uma amiga, uma linda morena, que é casada com um inglês. Estavam hospedados em um conhecido hotel cinco estrelas na Praia de Copacabana, quando o marido a deixou sozinha no lobby e subiu ao apartamento para pegar a máquina fotográfica.
Não deu nem dois minutos e um segurança do hotel agarrou seu braço e começou a empurrá-la para a porta. Ela protestou, disse que era hóspede e teve o desprazer de ouvir o segurança dizer:

– Nosso hotel não hospeda putas!

Ou seja, para aquele “gentil” e “preparado” troglodita, travestido de segurança, morena bonita era sinônimo de mulher de programa! Minha amiga foi salva pelo marido que, profundamente indignado, armou o maior barraco! Pois é, esse é o nosso Brasil!


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