Veja
também os outros posts da série "Preconceito": "Somos todos preconceituosos" e "C'est porc
monsieur!"
Seria muito bom que você lesse também os outros dois posts dessa série. Afinal, preconceito é um tema muito delicado e não gostaria de despertar malentendidos.
Como dizia, além
de árabes, os negros e homossexuais são outros alvos fáceis do preconceito.
Devido
à crescente visibilidade e à força de seu movimento, o público homossexual tem
conquistado sensível avanço na batalha contra o preconceito, em especial na
Europa e América do Norte. Isso se reflete em crescente aceitação por parte dos
heterossexuais.
Em
termos de turismo, é um público composto por pessoas com bom nível
sócio-econômico-cultural. Têm bala na agulha para gastar e são extremamente
sofisticados e exigentes. E é aí que muitas vezes se encontram os conflitos.
Em
nossa machista sociedade latino-americana essa aceitação nem sempre é tão ampla
quanto deveria ser. E vai diminuindo sensivelmente quando vamos descendo nas
escalas econômico e cultural de nossas sociedades.
Lembre-se
que aceitação e tolerância não são sinônimas. Se o dono ou gerente do hotel
aceitam as diferenças e opções sexuais do público LGBT (lésbicas, gays,
bissexuais e transgêneros), na maioria das vezes o empregado desse mesmo hotel
vai ter uma atitude que, mal e porcamente, significa tolerância.
E
quem tolera anda permanentemente no fio da navalha para não extravasar o que
realmente sente ou pensa. É uma bomba que não tem hora marcada para explodir,
mas vai fazê-lo mais cedo ou mais tarde... e da forma mais desastrada e
inadequada possível!
Os
negros, apesar de tantos avanços, infelizmente ainda não conseguiram fazer com
que o seu movimento tivesse a mesma força do movimento homossexual. É notório
que, na maioria dos países latino-americanos, negritude e pobreza andam de mãos
dadas. E pobre não só é “feio” como é discriminado de norte a sul desse mundão
de Deus!
Tenho
uma amiga, uma linda morena, que é casada com um inglês. Estavam hospedados em
um conhecido hotel cinco estrelas na Praia de Copacabana, quando o marido a
deixou sozinha no lobby e subiu ao apartamento para pegar a máquina
fotográfica.
Não
deu nem dois minutos e um segurança do hotel agarrou seu braço e começou a
empurrá-la para a porta. Ela protestou, disse que era hóspede e teve o
desprazer de ouvir o segurança dizer:
–
Nosso hotel não hospeda putas!
Ou
seja, para aquele “gentil” e “preparado” troglodita, travestido de segurança,
morena bonita era sinônimo de mulher de programa! Minha amiga foi salva pelo
marido que, profundamente indignado, armou o maior barraco! Pois é, esse é o
nosso Brasil!
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