segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Preconceito - Só falta quererem ser iguais!

Veja também os outros posts da série "Preconceito": "Somos todos preconceituosos". "C'est porc monsieur!" e "Aceitação e tolerância não são sinônimas"


Na década de 60 eu morei por oito meses em Pensacola, Flórida, enquanto meu irmão fazia um curso de pilotagem de helicópteros na base aeronaval.

Pensacola é a cidade mais a oeste da Flórida, na fronteira com Mississipi e Alabama. Em 1967 a luta pelos direitos civis dos negros estava em plena ebulição, mas o racismo era muito forte naquela região.
Manifestante da organização racista americana Ku Klux Klan
Lembro-me de meu irmão comentar ter ouvido de um oficial da marinha americana, ao conversar sobre a luta dos negros pelos seus direitos:

 – Não sei mais o que eles querem. Eles têm escolas só para eles, praias só para eles, rádio só para eles... Só falta quererem ser iguais!
Manifestação contra a integração de negros em escolas brancas
É, pensando dessa forma, fica realmente difícil entender toda a profundidade daquele movimento que tinha em Martin Luther King um dos seus expoentes máximos. E eu estava lá quando ele foi assassinado.
Bebedouro para brancos e negros
Junto com a comoção nacional de brancos e negros, também era comum ouvir que Luther King havia colhido o que tinha semeado. Isso eu ouvi de um professor na minha escola. Mal sabiam eles que as sementes que ele havia lançado mudariam para sempre os EUA e o mundo.
Martin Luther King, um ícone na luta pelos direitos dos negros
Por outro lado, a revolta pela morte de Luther King foi o estopim para que se tocasse fogo em um barril de pólvora, que era a revolta do negro contra a opressão do branco. Motins, quebra-quebras, saques e incêndios pipocaram por todo o país.
A morte de Martin Luther King foi o estopim para um grande número de distúrbios de rua
Visitamos Washington uma semana após o início dos distúrbios, mas ainda me lembro de ouvir, com muita frequência, as sirenes dos carros de bombeiros, de ver as tropas da Guarda Nacional patrulhando ostensivamente a cidade e de ver muitos, mas MUITOS quarteirões arrasados pelos incêndios causados pelos distúrbios de rua.
Nos ônibus, os lugares do fundo eram reservados aos negros. Mas tinham que ceder seus lugares caso faltasse assento para um branco
Mas se o preconceito e a discriminação contra as minorias são profundamente condenáveis, o reverso da medalha é passível das mesmas críticas e reprovações. Na minha forma de ver, não será com atitudes agressivas do tipo “vocês vão ter que me engolir”, que homossexuais, negros e outros grupos discriminados conquistarão simpatia e aceitação.
Racismo é racismo, não há diferença!



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