domingo, 22 de junho de 2014

Oeste dos EUA 2014 – Rota 66

Veja também os demais posts da série “Oeste dos EUA- 2014”: Dia 0 e “Começou torto! 

Pode até ser que venha a reconsiderar os meus conceitos, mas acho que viajar pela Rota 66 não é recomendável para quem tem tendências depressivas.

E mesmo que você não tenha tendências depressivas, não vá para a estrada esperando ver uma paisagem exuberante e cidades maravilhosas e coloridas.

Andar pela Rota 66 é embarcar em uma nave do tempo. É uma viagem ao passado, um exercício de imaginação, tentando recriar na sua mente os momentos de glória daquela ruína que está à sua frente. Na maioria das vezes essa ruína não é mais que um breve lampejo desses tempos de glória.
Carro grafitado em Adrian, Texas
Para o americano, a Rota 66 faz todo sentido! É a “mother road”, a estrada de integração nacional durante boa parte do século XX. A estrada que foi percorrida por milhares de desesperançados da Grande Depressão dos Anos 30, descrita por Steinbeck em “Vinhas da Ira”.

Representa também a glória do Pós Guerra, com a decoração e arquitetura cafona dos anos 50, sendo percorrida por famílias em férias em seus Buicks. É a memória de um passado que foi descartado pela necessidade de se criar uma infraestrutura que impulsionasse o progresso: a Interstate.
Caixa de correio em rancho da Rota 66, Bridgeport, Oklahoma
Aquela estrada estreita, mal pavimentada, que passava por centenas de pequenas cidades, onde o viajante parava para abastecer, comer numa lanchonete, pernoitar em um motel, consertar um pneu furado e comprar um montão de lembrança cafona... deu lugar a uma estrada moderna que liga rapidamente origem e destino, sem se importar com os milhões de pessoas que viviam na antiga Rota 66.
Cadillac Ranch em Amarillo, Texas. Uma em contínua modificação!
Para essas pequenas cidades e pessoas que lá vivem, o progresso e a riqueza passa a 75 milhas por hora, muitas vezes a menos de 500 metros de sua porta.

Para todos os que viviam da Rota 66 em seus gloriosos tempos, o progresso significou ruína, pobreza, uma luta inglória fadada ao fracasso.
Endee, New México, uma das muitas cidades fantasmas ao longo da Rota 66
É por isso que a Rota 66 representa tanto para o americano. É o resgate de um momento de sua história.

E o que representa para o brasileiro acostumado a viajar para Miami, Orlando, Nova Iorque, Londres, Paris, Cancun, etc?!! Nada além de um modismo.
Ruína de casa em Jericho, Texas
Pare e pense. Quando você imagina a Rota 66, o que lhe vem a cabeça? O filme Easy Rider, aqueles carrões dos anos 50 e 60, os tempos da brilhantina. E você em cima de uma Harley-Davidson, concorda?!!!

Então muito cuidado, pois provavelmente irá se decepcionar!
Cemitério de automóveis em Erick, Oklahoma
Ah, tem mais, a menos que você faça essa viagem com alguém especializado em Rota 66, provavelmente irá se perder dezenas de vezes pelo meio do caminho. Por quê? Porque ela simplesmente não mais existe no mapa de estradas. Foi substituída por centenas de estradas e ruas com os nomes mais diversos possíveis.
Velho galpão em McLean, Texas
Se mesmo assim você quiser fazer essa viagem, me escreva. Tenho MUITA informação e posso repassá-las a você! Antes disso, vá lendo “Vinhas da Ira” e vendo o filme “Cars” (com olhar e mente de adulto), para ir entrando no clima!
Casa abandonada em Texola, Oklahoma

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Oeste dos EUA 2014 – Começou torto!

E não é que minha viagem começou dando tudo errado?!!

Larguei, todo serelepe, a Mary no aeroporto e queimei chão!

Interstate 95... Florida’s Turnpike... Ah, tem via expressa! Com via expressa chega-se mais rápido, certo? ERRADO!
Vão ser mais de 10000km de tediosas estradas!
Pois foi só eu entrar na via expressa que houve uma bifurcação e a Florida Turnpike embicou pro norte e a via expressa para oeste, em direção a Naples. E como a tal da via expressa não tinha saída antes do seu final, ela me levou lá pros limiares da PQP!

Já que eu já errei em umas 15 milhas, é besteira voltar tudo isso pra pegar a Turnpike novamente... lá na frente deve ter outro desvio pra Turnpike, certo? ERRADO!! 

E assim a besta que vos fala foi parar em Naples, aumentando minha viagem em, no mínimo, umas 100 milhas.
Cruzando o Rio Mississipi, em Memphis
Tempo passando, fome aumentando, tempo passando, fome AUMENTANDO... Lá pelas nove da noite, paro para abastecer e resolvo pegar um dos deliciosos sanduíches feitos com tanto carinho pela Mary.

Procura daqui, procura dali... @$*&%#@&$%!!! Taquispariu!!! Os sanduíches ficaram na geladeira! Cê ta rindo, né?!!!

Achei que a Mary tinha colocado os sanduíches no cooler e nem conferi! Ou seja, dancei bonitinho e tive que me virar com um Burger King! 
E tome chão!! Isso dá um sono!!! ZZZZZZZZ
Resolvi refazer essa primeira parte, pra compensar o problema. Fui dormir mais tarde, acordei mais cedo e cancelei Memphis, fazendo 14 loooongas horas de direção! Parei no segundo dia em Conway, já nos Arkansas.

Foi puxado, cheguei moído, mas ganhei tempo pra fazer o que mais quero, fotografar.

Mas o duro mesmo é agüentar a monotonia de andar a “apenas” 120km/h.

Com carro automático e usando o “cruise control”, você seta a velocidade desejada e fica ajustando apenas por um botão no volante.
Área de descanso na estrada! Igualzinho às nossas no Brasil! Já visitei umas 15 dessas! ZZZZZZZZZ
E tome reta! E tome reta! E tome... ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Se bobear, meu caro, é dormir no volante! Ai que saudades da Mary nessa hora! Quando dava sono eu passava o volante pra ela, tirava uma pestana e acordava renovado.

Agora, é botar o ar condicionado pra gelar as mãos, som no volume máximo, exercícios com os braços, pernas e cabeça, conversar com você mesmo e ZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Não tem jeito, vira e mexe tenho que parar pra caminhar, lavar o rosto ou até mesmo pra tirar uma soneca! Cheque esse vídeo!
ZZZZZZZZ
 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Oeste dos EUA 2014 - Dia 0



Confesso que a ansiedade é muita e a adrenalina está a mil por hora!

Hoje estou saindo para, quem sabe, a maior aventura de minha vida! Serão 35 dias e mais de 10000km de carro pelo Oeste americano. Detalhe: SOZINHO! Uhuuuu!!!!!
Aventura pelo oeste dos EUA - mais de 10000km em 35 dias
Já está tudo embalado, mala pronta, equipamento fotográfico idem, GPS de trilhas com mapas topográficos carregados e a cooler abastecida com sucos, refrigerantes, água, frutas e sanduíches.
Malas prontas e equipamento fotográfico idem!!!
Mais que isso, já está tudo planejado. Quem me conhece sabe que meu último mês foi de muito trabalho de pesquisa, leitura, busca de coordenadas geográficas, dicas de fotografia... para facilitar a minha vida quando eu estiver lá nos cafundós deste mundão de Deus, curtindo essa oportunidade única e tirando fotos de montão.
Monument Valley?! Estarei lá daqui a uns 6 dias
Quem sabe se, tal como em nossa viagem de 2010, essa aventura também acabe gerando uma exposição fotográfica?!!!

Daqui a umas três horas a aventura começa. Deixarei a Mary no aeroporto (está indo ao Brasil para o aniversário de sua mãe) e botarei o pé na estrada.
Antelope Canyon e outros canyons de fresta ao redor de Page estão no programa

A primeira parada deve ser em Kissimee, para dormir. Amanhã estarei em Memphis, onde curtirei um pouco da capital do blues.

Mas a viagem mesmo começa no terceiro dia, quando estarei rodando na Rota 66. Próxima parada em Taos Pueblo e de lá para Monument Valley!
Death Valley e o famoso Zabriskie Point não poderiam estar de fora
Não vou contar o resto do trajeto para deixar vocês com uma baita curiosidade, mas vou procurar ir contando os causos e postando as fotos, até o meu retorno, em 22 de julho!

Até lá e torçam por mim!
Quando passar pelo Grand Canyon já estarei no caminho de volta pra casa

terça-feira, 10 de junho de 2014

Time ZONA


Vendo um belíssimo documentário chamado "A Terra Vista pelos Astronautas", um comentário de um dos astronautas, baseado na International Space Station, me chamou atenção.

-"Daqui de cima não conseguimos distinguir as fronteiras"!!!

Uma coisa óbvia, que nem sempre nos damos conta, é que as fronteiras são linhas IMAGINÁRIAS, criadas pelos homens, para definir os limites entre os países.
Onde estão as fronteiras?!!!
Tal como as fronteiras, criamos muitas outras linhas imaginárias tais como meridianos, paralelos e... fusos horários.

Apesar dos meridianos servirem de base para a definição dos fusos horários existentes em cada país, cada governo é livre para estabelecer aquele ou aqueles que considera mais adequado. Se juntarmos nesse balaio os "horários de verão" (summer savings em inglês), a coisa vira, literalmente uma ZORRA completa. Ou seja, uma Time ZONA!

País que é pequeno ou tem uma distribuição geográfica vertical resolve isso de letra. Tem apenas um único fuso horário.

Mas quando o país é grande ou sua distribuição geográfica é horizontal, como Brasil, EUA, Canadá, Austrália e Rússia, não tem jeito, vai ter que adotar mais de um fuso horário.
Os fusos horários de cada país
E a China?!  Apesar da extensão do país, eles decidiram adotar um único fuso horário. Isso cria situações literalmente cômicas. Se um chinês de Pequim vê o sol nascer às 5:00, no extremo oeste do país o sol só nascerá às 7:30! Mais que isso, o chinês pode dar dez passos, cruzar a fronteira e vai ter que atrasar ou adiantar o relógio em até 3 horas! Uma loucura, concorda?!

Cada fuso horário tem uma hora de diferença para o fuso vizinho, concorda?! ERRADO! Como cada país define seu horário, o louco do Hugo Chaves, enquanto estava vivo, estabeleceu que o horário da Venezuela seria MEIA HORA a menos que o do Brasil (Manaus) e MEIA a mais que o da Colômbia!!!
Os fusos horários do Brasil
No Brasil temos quatro fusos horários, mas na prática é quase como se tivéssemos um único fuso horário, uma vez que mais de 90% da população brasileira vive sob a "Hora de Brasília"!

A coisa complica quanto se adota o horário de verão. Dê uma olhadinha no mapa abaixo.
Os fusos horários do Brasil durante o Horário de Verão
Mas zona mesmo são os fusos horários nos EUA. Enquanto no Brasil cada estado tem um único fuso horário (exceto Amazonas), aqui pode ter mais de um. Quando são 7:00 em Miami, são 6:00 em Pensacola, no oeste do estado. Essa loucura se repete em Kentucky, Tennessee, Indiana, Kansas, Nebraska...

Mas nada se compara com o Arizona, na época do horário de verão. O Arizona (talvez por ter ZONA no nome) é o único estado americano a NÃO adotar o horário de verão. Fácil?! Não!

Dentro do Arizona tem uma baita reserva indígena e os índios Navajo resolveram adotar o horário de verão! Simples?! Não!
Os fusos horários dos EUA. O amarelo é o AriZONA!!!
Dentro dos limites da reserva Navajo fica o Grand Canyon, que não é uma área Navajo, ... e obviamente adota o mesmo horário do resto do estado do Arizona!

Descobri essa zorra toda ao preparar minha próxima viagem para o oeste americano. Ou seja, se bobear você vai perder o horário de uma excursão que contratou e dançar na grana que pagou!!

Sei que o Tico e o Teco dos seus neurônios já deram TILT, mas meu espírito sacana resolveu colocar a cereja no topo desse bolo solado!

Já pensou em chegar a um lugar um dia antes de ter saído para lá?!

Heinnn?!
A International Dateline, com Samoa Americana em um dia e Tonga no dia seguinte
Pois pegue um avião em Tonga (que não fica na tonga da mironga do cabuletê) e voe para Samoa Americana. Você sairá de Tonga no dia 11 e chegará em Samoa no dia 10, ou seja, no dia anterior!!!

Pano rápido!!!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Deu pane: Voando em Céus Turbulentos

Veja também o outro post da série “Deu pane”: "Medo de voar é uma delícia!!!"

Apesar de não ter medo, confesso que não sou fã de montanha russa e que turbulências mais fortes durante os vôos me causam um profundo desconforto. Já passei por chacoalhadas das brabas, mas nada que supere o que passei numa decolagem em Montevidéu.
Antigo aeroporto de Carrasco, Montevidéu, Uruguai
Já faz bastante tempo que não vou à bela capital do Uruguai e certamente o aeroporto de Carrasco foi modernizado. Mas naquela época, não havia “finger” (esses “braços” que conectam os  portões de embarque do aeroporto ao avião) e tínhamos que embarcar no meio do pátio. Enquanto desfrutava das delícias da sala VIP, o céu desabou sobre o aeroporto numa tempestade daquelas que faria Noé sorrir!
Pegamos uma baita tempestade na decolagem
Com mais de meia hora de atraso, fomos chamados para o embarque. Ainda sob chuva, subimos no avião que tinha a porta da frente fechada. Na porta traseira, encontrei uma comissária com rôdo na mão, tentando tirar parte da piscina que tinha formado por ali durante a tempestade.
Não tem quem goste de enfrentar turbulência durante um vôo
Foi só decolar para encontrarmos aquela baita tempestade ainda durante a subida. E tome raio, trovão e sacolejo! Era subir um pouco, para o avião “descer” em um vácuo enorme! 

A gritaria a bordo, cada vez que surgia um vácuo desses, era simplesmente indescritível! Não gritei, mas confesso que minhas unhas estavam fortemente cravadas no braço da poltrona.
Chama isso de turbulência?! 25 anos de casamento é que é turbulência!!!
Foram minutos de verdadeiro pavor a bordo, até que o avião finalmente superasse a tempestade e chegasse à altitude de cruzeiro. Minutos depois o piloto, em sua fala aos passageiros, confessou que fazia bastante tempo que não passava por uma tempestades dessas. 

E o que fez o Edu? Virou pro lado e dormiu o sereno sono dos justos!
Agora podem relaxar... passamos por uma violenta turbulência!
Igualmente desconfortável é uma arremetida, quando você já está vendo a pista se aproximar! Além de desconfortável, deixa todo mundo com a pulga atrás da orelha. Afinal, ninguém informa o motivo da arremetida, concorda?!

A última dessas arremetidas foi recentemente em um pouso em Brasília. Já estávamos bem baixinho quando sentimos o motor voltar à potência máxima e voltarmos a subir.
Você se incomodaria em segurar a minha mão? A verdade é que morro de medo de voar!!!
Jamais soubemos a razão, daquela arremetida, mas o silêncio que se fez a bordo era tamanho que dava até para "ouvir" claramente o pensamento dos passageiros vizinhos!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Grã-Bretanha – British Museum


Quem vai a Londres não deve deixar de visitar pelo menos dois de seus fantásticos museus: o British Museum e o Natural History Museum. E são de acesso gratuito, como tudo o que diz respeito à cultura deveria ser!
Átrio do Natural History Museum
O último, como seu próprio nome diz, trata de história natural. Ou seja, biologia, geologia, paleontologia, evolução, etc. Seu acervo é simplesmente fantástico. E fica aqui uma dica: chegue cedo (abre às 10:00) e vá direto visitar os dinossauros. Se deixar pra depois, enfrentará uma fila monstruosa, bem maior que vários dinossauros!!
Fila para ver os dinossauros!!!
O British Museum trata principalmente de história. Seu acervo com peças do Egito, Mesopotâmia, Pérsia e, principalmente, Grécia é simplesmente inacreditável. Há mais peças sobre a Grécia antiga... que na própria Grécia. Heim?!! Cuméquié?!! Mais peças que na Grécia?!!!
Baleias e outros mamíferos no National History Museum
Sim, infelizmente sim! Mais que na Grécia. E se falarmos de Mesopotâmia ou Pérsia, mais que no Iraque ou Irã. É óbvio que os países de origem lutam pela devolução das peças mais importantes... mas acho que é uma batalha perdida.
Majestoso e monumental cavalo que adornava a fabulosa tumba do Rei Mausolo, em Halicarnasso (hoje Turquia), uma das sete maravilhas do mundo antigo. Tão rica e gigantesca que vem daí o nome mausoléu
Deixa eu contar uma historinha e cada um faça o seu julgamento, uma vez que o tema é polêmico até hoje.

Na primeira década do século XIX, Lord Thomas Elgin era o embaixador britânico em Constantinopla, junto ao Império Otomano. Nessa época a Grécia não era um país independente, apenas uma mera província de um império dominado pelos turcos, rivais de longa data.
Leão que ornamentava o palácio de Nabucodonosor, em Nínive, na Babilônia (hoje Iraque)
Sabendo que muitas obras da Grécia antiga eram destruídas, ele conseguiu uma permissão especial para retirar TODAS as peças que tivessem inscrições ou imagens. Inexiste a versão original dessa autorização, apenas uma cópia da versão em italiano e há controvérsias sobre o texto original. Igualmente existem controvérsias sobre a real motivação de Lord Elgin com relação às peças de arte por ele retiradas.
Gigantesca cabeça de Amenophis III que ornamentava o Templo de Mut, em Tebas, Egito
Mas vamos por partes. O Império Otomano era considerado um dos mais decadentes e corruptos regimes daquela época. Além disso, não havia qualquer interesse, por parte dos otomanos, na preservação da memória de um povo que lhe era hostil. Mais que isso, inexistiam naquela época a ética dos tempos modernos ou até mesmo o conceito de se evitar a dilapidação das obras históricas. Também não é difícil imaginar, apesar de eu não ter qualquer informação a respeito, que a tal autoridade otomana tenha recebido algum “incentivo” de Lord Elgin, para dar a tal autorização ampla e irrestrita.
Painéis da caça ao leão, que ornamentavam um palácio assírio em Nínive, Babilônia
Resultado? Barcos (eu falei barcos, no plural) lotados de obras da Grécia antiga foram despachados para Londres. Entre elas estavam TODOS os frisos e esculturas que ornamentavam o Parthenon, belíssimo templo que encontramos na Acrópoles, em Atenas.
Monumento à Nereida, encontrado em Xanthos, Turquia
Quem visita hoje o Parthenon, encontra apenas o edifício... que (in)felizmente Lord Elgin não conseguiu levar. Para ver a majestosa decoração que o ornamentava, esse apreciador da Grécia antiga terá que ir a Londres e visitar o British Museum.
Um das dezenas de frisos retirados do Parthenon
O esforço financeiro de Lord Elgin foi tão grande, que ele foi à falência. Obviamente, uma de suas primeiras providências, ao retornar à Grã-Bretanha, foi vender tudo o que arrebatou ao governo britânico.
Friso que adornava o Parthenon
E ficam aqui algumas perguntas, que não são minhas, mas de defensores de ambos os lados dessa questão:

  • Lord Elgin foi um vândalo ou um salvador?
  • Qual era a sua real motivação? Financeira e pessoal, ou a de um indivíduo verdadeiramente desinteressado, apenas preocupado com o destino da arte?
  • A retirada das peças foi um saque, uma pilhagem à memória de um país?
  • Devem as peças retornar à Grécia, ao seu lugar de origem?
  • Se a Grécia quer as obras para coloca-las em um Museu, qual a diferença entre estarem em um museu na Grã-Bretanha, França, Alemanha ou Grécia?
  • Monumentos como o Parthenon pertencem culturalmente a um país ou à humanidade? E a Amazônia?!
  • Qual a melhor solução para o impasse?
  • E se fosse no Brasil, estaríamos nós cuidando adequadamente da preservação dessas relíquias? Estaria o Parthenon, aqui no Brasil, coberto de pichações?
Estátua grega

Há bons argumentos de ambos os lados e vale a pena ler este artigo editado pela BBC.

E você, o que pensa sobre o assunto?