segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Kamayurá – Nasci de novo!!!



Para entender direitinho o real significado da minha expressão “NASCI DE NOVO!”, é muito importante que você leia o post anterior “Kamayurá – Aldeia Morená”. Aí você vai entender o quão longe eu estava de qualquer tipo de socorro!

Longe pacas de qualquer socorro!!!

Bem, mas vamos à minha estorinha.

Passei duas semanas na Aldeia Kamayurá Morená, colaborando com o Projeto Tracajá, de preservação de tartarugas de rio. Foram dias de muita, mas MUITA ralação! De manhã, percorríamos as praias do Kuluene à procura de ninhos eclodidos. Assim que um era encontrado, cavávamos ao redor do ninho protegido para retirar a tela de proteção, pegar os filhotes, identificar se havia algum ovo podre dentro do ninho, a existência de termômetro de controle, etc.

Era em média uns 24 ninhos por dia e retornávamos com 250 a 500 filhotes para a aldeia. De tarde a faina era no laboratório. Fui “pai” orgulhoso de centenas de tartaruguinhas!

Ao longo dessas duas semanas, apesar do esforço despendido, não senti ABSOLUTAMENTE NADA! Como bônus adicional, perdi três quilos.

Chego em Brasília no domingo 13/11 mais feliz que pinto no lixo! Mal cheguei e já fui marcando um churrasco com a família na terça, feriado de 15/11, para mostrar as fotos e contar tudo o que vi e vivi.

Ah, antes que eu me esqueça, tinha um importante compromisso na quarta com o meu cardiologista. Depois de dois anos sem aparecer por lá, ia finalmente tomar um belo e merecido esporro pelo sumiço!

Pois bem, não teve nem churrasco e muito menos a consulta com o cardiologista... antes disso eu simplesmente INFARTEI!!!

Na noite da segunda comecei a me sentir muito mal logo após o jantar. Um mal estar digestivo repentino e sem qualquer explicação. Passei a noite vomitando e com diarréia, com uma queimação incrível na entrada do estômago (pelo menos era isso que eu sentia).

Acordei com uma baita dor no peito e a queimação tinha aumentado. Pedi para a Mary para levar-me para o hospital. Até aí ainda achava que era uma piora dos problemas “digestivos” do dia anterior.

A inexperiente médica recém formada que me atendeu na emergência do Hospital Santa Luzia, apesar das reclamações de dores no peito e do eletrocardiograma (ECG) ter apresentado anomalias, entendeu que era um mero problema gástrico e receitou Plasil e Buscopan composto.

É óbvio que as dores no peito não passaram e foi somente depois de MUITA insistência da Mary que ela resolve fazer um segundo ECG... que mostrou as mesmas anomalias. Foi apenas aí que fui transferido para o Hospital do Coração, do outro lado da rua, onde estavam TODOS os cardiologistas disponíveis!

SIM, APESAR DE SER INACREDITÁVEL, O SANTA LUZIA NÃO TEM UM ÚNICO CARDIOLOGISTA! Por ser do mesmo dono, a cardiologia do Santa Luzia foi toda transferida para o Hospital do Coração!!! Uma medida adequada na teoria, mas que não funciona pela incompetência do corpo médico do Santa Lúcia em diagnosticar um problema cardiológico que aparece por lá!

No Hospital do Coração o tratamento foi outro! Em cerca de quarenta minutos eu já estava na mesa de cirurgia, desentupindo minha artéria e colocando um stent!

Tô bem!!! Foi só um baita susto!

Menos de uma semana depois do ocorrido, já estou de volta às minhas atividades “normais”.

Por ter sido socorrido prontamente, a lesão do infarto foi mínima e as seqüelas serão tão pequenas que pode-se até mesmo serem consideradas como “inexistentes”!

Edu na UTI do Hospital do Coração, em Brasília

Apesar do baita susto, só tenho a agradecer à competência, profissionalismo, dedicação, carinho e apoio recebido de TODA a equipe do Hospital do Coração, do médico ao mais humilde empregado. Foram todos nota MIL!!!

Meu coração ANTES do stent!
Meu coração DEPOIS do stent! A diferença é simplesmente INCRÍVEL!!!

E se tradição pede que se assine o gesso, porque não pedir a cada uma das maravilhosas enfermeiras (que carinhosamente eu chamava de “anjas”!) para que assinassem o esparadrapo que estava no meu pulso? A todos vocês o meu sincero OBRIGADO!

Minhas "anjas"!

Agora voltando ao título deste post: você já pensou se esse infarto tivesse acontecido apenas 48 horas antes, em plena Aldeia Morená, no meio do Parque Indígena do Xingu?! Certamente eu teria “esticado as canelinhas” e não estaria agora aqui escrevendo este post.

O ômi lá de cima mostrou que gosta MUITO de mim e me deu uma nova oportunidade. Tenho que fazer por merecê-la, concorda?!

LINDA mensagem de apoio recebida do pessoal do Projeto Tracajá! Brigadão a todos!!!


6 comentários:

  1. sebastião do Nascimento Neto21 de nov. de 2011, 14:34:00

    Grande Edu,ainda bem que você estava perto dos recursos médico-hospitalares. Melhoras e um grande abraço.
    Tiâo

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  2. Putz, Edu que susto! Vê se cuida, viu! Vc é muito especial!! Um beijo grande, Poli.

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  3. DADO!! PRESTENÇÃO! NÃO QUEREMOS UM 'CAUSO' DA TERRA DOS PÉS JUNTOS, CAPITO????
    Que bom que voi só um susto.
    Beijão - Marco (sobrinho)

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  4. Edu,
    primeiro adorei o blog,
    e segundo, pessoas especiais assim, que se dispõe a ajudar tannto aos outros como principalmente a natureza e aos animais, o "Cara" lá em cima ajuda mesmo!!!! precisamos de mais anjos aqui em baixo que lá em cima ;-)
    beijocas

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  5. se cuida ta !!sou uma dos seus anginhos do HCB.KKK
    Liliam AP lembra...meu nome esta la !!no esparadrapo.ATT

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  6. Cacete tiioo! puta susto!!
    Graças a Deus deu tudo certo. Depois dessa, pode ter certeza que você tem uma boa reputação lá em cima!
    Agora vê se fala com o seu irmão pra tomar jeito também, Sr. Alencar não usa de parcimônia no sal!
    Aquele abraaaço!

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