sábado, 12 de julho de 2014

Oeste dos EUA 2014 – Um lago ancestral

Veja também os demais posts da série “Oeste dos EUA- 2014”: Dia 0, “Começou torto!”, "Rota 66" e "Navajo Nation"

Boa parte do oeste americano faz parte de uma bacia hidrográfica cujas águas vão do nada a lugar nenhum!

Heim?!!! Cuméquié?!!!
Oeste dos EUA - Mono Lake, Califórnia
A Great Basin é formada por rios, temporários ou perenes cujas águas jamais chegam ao mar. Desembocam, quando muito, em lagos e “terminam” seus dias através da evaporação. Não é a toa que o Great Basin é igualmente, o maior deserto americano!

O Mono Lake, na Califórnia, é um desses lagos e recebe a água de rios e riachos do lado leste da Sierra Nevada. As águas que ali chegam não vão a lugar algum. Voltam ao ciclo através da evaporação.
Formações calcárias em Mono Lake
Formado a cerca de 760000 anos atrás e parte de um lago muito maior que cobria boa parte de Nevada e Utah. Esse antigo lago, por sua vez, foi formado por um oceano ancestral, cujas águas ficaram represadas. O lago salgado de Salt Lake City é irmão gêmeo do Mono Lake.

Devido a altíssima concentração de sal e bicarbonato de sódio, suas águas são duas vezes mais salgadas e cem vezes mais alcalinas que o mar! Ali você não afunda nem com muito lastro!!!
Mono Lake ao amanhecer
E o que acontece quando o homem resolve colocar o seu dedo em um ambiente de frágil equilíbrio? Dá caca, é óbvio!!!

Megápole de milhões de habitantes, Los Angeles precisa de água para os seus habitantes. E onde resolveu buscar? Nos rios que abastecem o Mono Lake.
As águas do Mono Lake são 2,5 vezes mais salgadas e 100 vezes mais alcalinas que as do mar
Só faltou combinar com o sol, que continua inclemente na sua faina de evaporar a água do lago. E com menos água entrando que a que evapora, o lago foi diminuindo de tamanho.

Desde 1941, quando esse processo de desvio iniciou, o Mono Lake já baixou em mais de 8 metros o nível de sua superfície, o que representa quase 70% do seu tamanho original. Felizmente foram tomadas medidas para estancar esse processo.
Um desastre ecológico que é um tesouro de imagens para os fotógrafos
Para nós, fotógrafos, essa tragédia ecológica foi um presente dos céus. Quando as águas baixaram, apareceram maravilhosas e estranhas formações calcárias que estavam submersas, semelhantes a estalagmites.

Fotografar as “tufas” do Mono Lake é dar asas à imaginação. É como fotografar a paisagem de outro planeta. E fica aqui uma dica: acorde bem cedo e vá aproveitar a luz do nascer do sol. A luz “quente” da alvorada faz uma parceria fantástica com o visual do Mono Lake em suas fotos.
Imagens maravilhosas que mais parecem as de um outro planeta
E não pense que estará sozinho. Outra dúzia e meia de fotógrafos estarão lá, com você, registrando seus clicks.

Ah, o Mané aqui, morto de cansaço da maratona desta viagem, ficou mais tempo que devia na cama e perdeu o melhor da festa. Mesmo assim acho que o resultado ficou lega!!!
As "tufas" calcárias de Mono Lake

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