quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Taxi Driver VI - detonando o Chávez!



Mas papo com taxista também pode gerar um conflito internacional. Na volta para o Aeroporto de Caracas (que fica a uns 45km de distância morro abaixo, em Maiquetía, cidade do litoral) meu colega começa a fazer piada sobre o presidente Chávez, ridicularizando o programa que ele tem na televisão venezuelana. Mal ele começou a falar e tomou uma cotovelada minha:

– Cale a boca, fulano, pois o taxista pode ser partidário do Chávez e, se for, estaremos numa baita encrenca!


Se você não sabe, 97% dos taxistas venezuelanos amam o Chávez de paixão. Quanto mais eu pedia que ele se calasse, mais piada ele fazia e mais alto ele ria. E o motorista só olhando a gente pelo espelho retrovisor.

Eu já estava até imaginando a manchete “BRASILEIROS SEQUESTRADOS EM CARACAS” sendo estampada nos jornais brasileiros, quando o taxista resolveu abrir a boca. Por sorte nossa, ele era parte dos 3% de taxistas que faziam oposição a Chávez e dali até Maiquetía desfiou sua bílis represada contra o presidente venezuelano!


Acho curioso o termo corrida para denominar a prestação de um serviço de táxi. Corrida para mim tem mais a ver com automobilismo do que com táxi... apesar de concordar que muitos taxistas fazem as ruas de pista de corrida.

Outros nem tanto!! Perto de onde morava, em Brasília, tem um dos mais antigos pontos de táxi da cidade. Acho que eles estão ali desde 5 minutos depois da inauguração da cidade e o mais jovem deve ter uns 85 anos de idade. Se juntar a idade de todos faria Matusalém parecer um adolescente!

Certo dia estava com pressa, carro na oficina e atrasado para um compromisso. Corri para o ponto de táxi e me enfiei no primeiro táxi que encontrei. Bem, demorei uns longos minutos para perceber que ele tinha colocado o carro em movimento! Com o táxi se arrastando a uns 30 por hora e agoniado com o meu atraso, resolvi pedir que ele acelerasse...

No que ele atendeu prontamente... passando para 35 km/h!!! Quando vi que daquele mato não saía coelho, relaxei e usei o celular para avisar que chegaria atrasado. Quando? Só Deus sabe!


Mas a situação inversa também é igualmente verdadeira! Estava no centro do Rio e a reunião demorou bem mais que o previsto. Assim que terminou, peguei o primeiro táxi que passou. Perguntei quanto ele cobraria por uma corrida para o Galeão e ofereci 50% a mais se ele acelerasse tudo o que pudesse para eu não perder o meu vôo. E com aquele típico ssssotaque carioca ele replicou na lata:

– Dotô, sscê num vai perdê essssse vôo não ssssinhô! Pur mim é qui num vai!!

O que ele fez a partir daí não dá para descrever... até mesmo porque fechei os olhos para não ter um ataque cardíaco!!

Ah, a propósito, não perdi o vôo!


E essa lembrança me remete a uma piada... de português, é claro!

Sabendo que o patrício Manuel vinha de férias para o Brasil, Joaquim achou por bem avisar ao amigo:

– Cuidado, oh pá! Os taxistas no Rio não correm, voam!!

Manuel desembarca no Galeão, pega um táxi, vira pro motorista e diz:

– Schifaizfavoire, leve-me ao Hotel X na Av. Atlântica.

– A que altura? – pergunta o motorista. Assustado o português responde:

– Se passares de três metros de altura te mato!

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