terça-feira, 27 de setembro de 2011

Taxi Driver III – Caracas, Atenas e São Paulo

Veja também os posts “Taxi Driver I – Montevidéu e Rio” e "Taxi Driver II – Istambul".


Pegar táxi de rua em aeroporto de terceiro mundo é o caminho mais curto para você entrar numa furada da qual você nunca mais esquecerá. Numa reunião em Caracas fomos avisados de que em HIPÓTESE ALGUMA deveríamos contratar um táxi do lado de fora do Aeroporto Internacional de Maiquetía e nos indicaram duas ou três empresas confiáveis. Um membro da delegação alemã achou o preço caro e resolveu desafiar o perigo. Resultado: foi largado em um ermo subúrbio de Caracas com a roupa do corpo, sem bagagem, sem os dois mil dólares que trazia e sem o seu estimado relógio Rolex! Ficou feliz por estar vivo, pois podia ter sido pior!


Saber o valor médio de uma corrida também pode ser um bom instrumento para evitar ser engambelado por um taxista. Em Atenas busquei essa informação e soube que a corrida daria, em média, X Euros e que jamais passaria de Y Euros. Quem já esteve por lá sabe que o aeroporto fica muito, mas MUITO longe do centro da cidade e que o trânsito em Atenas está permanentemente congestionado, além de ser caótico. Enquanto eu e minha esposa íamos em um táxi, minha irmã e minha tia iam em outro. Avisei a elas dos valores e seguimos para o hotel. Rapidinho o táxi delas sumiu da nossa vista. Quando chegamos, pagamos exatamente o valor médio que nos havia sido informado no aeroporto. E minha irmã? Tolinha, pagou 50% a mais que o valor máximo que eu havia lhe informado e ainda foi deixada longe da portaria do hotel (lembra-se da técnica usada pelos taxistas turcos?) com um monte de malas ao redor.


Há cidades que só com mapa ou GPS o taxista acha o destino e a culpa não é dele. São Paulo é uma dessas cidades. Indicar apenas o nome da rua é insuficiente, pois existem pelo menos umas cinco com o mesmo nome em toda a cidade. Se você não sabe o nome do bairro e a rua é meio desconhecida, você e o taxista vão ficar rodando feito barata tonta. Aquele que disser que conhece todas as ruas de São Paulo que atire a primeira pedra! Não apenas ninguém vai atirar pedra alguma, como quem afirmar que conhece todas as ruas é um mentiroso deslavado!


Além dessa impossibilidade física e mental de conhecer todas as ruas, existem alguns agravantes em São Paulo que fazem uma corrida de táxi ser uma verdadeira aventura. 

O primeiro é que vira e mexe o sentido da rua é invertido, fazendo com que o percurso feito na semana passada não seja necessariamente o mesmo do de hoje. 

O segundo é o interminável engarrafamento, que começa a dois metros do local onde você pegou o táxi e só vai terminar no elevador do prédio de destino. Se choveu então, melhor levar dois grossos romances para ler, pois um apenas não será suficiente. Ah, um travesseiro às vezes ajuda! 

O terceiro é que o taxista paulistano na maioria das vezes é um imigrante recém chegado. Na primeira semana ele busca um lugar para morar; na segunda ele tira a carta (é assim que eles chamam a carteira de motorista por lá); na terceira ele conseguiu um bico com um colega e virou motorista de táxi; na quarta semana, para desespero seu, ele abre a porta do táxi para você entrar! Deu para sentir o drama?

Nenhum comentário:

Postar um comentário