terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tomadas, Torneiras e Descargas I – Um breve introdutório


Quem não curtir um certo humor escatológico pode pular esta série de posts. Por outro lado, quem já viajou pelo exterior e ficou olhando com cara de idiota para uma descarga tentando imaginar como é que se aperta esse troço, ou queimou o lombo por não saber como regular a torneira do chuveiro ou descobriu que os pinos do cabo de energia do equipamento que você mais precisava para aquele momento eram absolutamente incompatíveis com os buracos da tomada, sabe muito bem do que estou falando. E provavelmente estará rindo ao se lembrar das peripécias pelas quais já passou.

Não há nada onde a criatividade humana dê vôos mais espetaculares do que na invenção das mais diversas formas de tomadas, torneiras e descargas.

A multiplicidade de modelos é tão grande que fico me perguntando: será que se atrapalhar com coisas tão simples como meras tomadas, torneiras e descargas é coisa de matuto? Pode até ser, mas todo turista tem seu dia de capiau!!


Falando de energia, cheguei à conclusão de que a nossa tradicional e simpática tomada de dois pinos redondinhos está em vias de extinção e que, depois do advento da tal da “tomada padrão”, seu habitat natural nem mais se circunscreve ao Brasil. O pior é que agora, depois de anos acostumados com tomadas que também aceitavam os pinos chatos dos equipamentos americanos elas mais parecem árvores de Natal, de tanto conversor que está sendo usado.

A tal da “tomada padrão” significa que o problema foi resolvido por aqui? Nananinana!

Mesmo que você não seja loira (ou loiro), tenho certeza de que já tentou enfiar o plugue (conector) de energia de um aparelho importado e de pino chato e ele se recusou terminantemente a entrar na tomada. Você observa melhor e descobre que um dos malditos pinos é ligeiramente mais largo que o outro e sua tomada só prevê dois pinos chatos curtos de mesmo tamanho.


Aí, meu caro, o jeito é apelar para a força bruta e “estuprar” a pobre da tomada sem vaselina! Força daqui, força dali e a tomada joga a toalha e, literalmente, acaba aceitando o pino.

Em toda tomada de dois pinos, um deles representa a fase e o outro representa o neutro. Você não sabe o que é fase e neutro? Paciência, não vai ser aqui que vai aprender, mas eu juro que eles existem. Só para ajudar um pouquinho, fase é o lado da tomada que dá choque. O que a maioria não sabe é que esse pino mais curto é exatamente a fase e é mais curto para avisar aos incautos: não me toque que eu dou choque. Beleza?! Nem tanto, meu caro, pois essa regrinha é solenemente ignorada pelos nossos brilhantes eletricistas brasileiros, que instalam fase e neutro nas tomadas sem qualquer critério. Ou seja, se o seu equipamento é mais sensível que mulher com TPM e não aceita inversão de fase e neutro dentro da tomada, aposto um disco arranhado do hino do Madureira que a única tomada disponível será exatamente aquela que queimará o seu precioso equipamento. Tá legal que a mãe do eletricista é santa, mas será inevitável pensar nela com um profundo “respeito” no momento em que um cheirinho de queimado chegar ao seu nariz.

Pra complicar tem ainda a tomada de três pinos, onde o terceiro é o fio terra. Como, minha senhora? A senhora acha um absurdo jogar terra na tomada?! Não, esse “terra” não tem nada a ver com a terra dos seu vasinhos de flor! E nem as tomadas de dois pinos fazem parte do MST, o Movimento dos Sem “Terra”!!


Deu um nó no “tico e teco” e você ainda acha mais fácil falar sobre a “rebimboca da parafuseta”? Concordo plenamente, mas energia elétrica não deixa de ser algo um tanto chocante. 

Desculpe pelo trocadilho infame, mas não resisti!

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