sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Taxi Driver I - Montevidéu e Rio

Não vou fazer aqui a apologia do excelente filme de Martin Scorcese, protagonizado pelo premiado ator Robert De Niro. Muito menos falarei do desempenho de Jamie Foxx no filme “Colateral”. Quero é falar desse profissional denominado motorista de táxi.

Sei que em todas as profissões existem os bons e os maus profissionais, mas confesso que tenho uma certa propensão a escolher os maus motoristas de táxi! Acho que é um azar latente ou talvez seja essa minha cara de terrorista árabe, mas a verdade é que eu coleciono más experiências.

Como você bem sabe, todo turista tem cara de panaca e é um alvo fácil para um pequeno golpe. E muitos taxistas pensam que “uma vez que ele não conhece a cidade, que mal tem em dar uma voltinha a mais, alongando a corrida e aumentando o meu faturamento”?

É óbvio que não é um comportamento honesto, mas pode até passar em branco... desde que o passageiro não seja um encrenqueiro como eu. O pessoal lá em casa já sabe: quando o Edu abre as ventas do nariz, sai de perto que lá vem chumbo.


E foi o que aconteceu em uma corrida em Montevidéu. Saímos, eu e uma colega, de um delicioso almoço no Mercado Del Puerto, de volta à nossa reunião. Eu não tinha o endereço preciso (aí estava o meu erro), mas dei todas as coordenadas para que o taxista chegasse ao local desejado. A corrida deveria ser curta, mas depois de uns dez minutos rodando a ermo, a minha venta abriu e o clima azedou! Assim que passamos por uma delegacia de polícia mandei ele parar e fomos nós dois lá pra dentro aos gritos. Vocês deviam ver a cara de espanto do delegado! No final do bate-boca, paguei metade da conta e fui a pé para a reunião... que estava a meros dois quarteirões dali.


Quando estava fazendo o meu mestrado no Rio, morava no bairro de Botafogo, a poucos quilômetros do Aeroporto Santos Dumont. Voltando de uma viagem, peguei um táxi. Mal falei o endereço da minha residência e ouvi um sonoro palavrão proferido pela distinta taxista, que arrancou cantando os pneus. Havia ficado horas na fila para pegar aquela #%#@& de corrida. E tome palavrão, carro em alta velocidade, táxi cantando os pneus nas curvas e motorista fazendo manobras no mínimo inconseqüentes. 

O que ela não sabia era que eu, conhecendo das dificuldades dos taxistas que ficavam horas esperando uma corrida, costumava dar uma bela gorjeta como recompensa por aquele frustrante trajeto. Ela igualmente não sabia que minhas ventas estavam inflando rapidamente. Quando ela soltou o enésimo #%#@&, foi a minha vez de botar pra fora os sapos que eu tinha acumulado na garganta, o que fez com que ela baixasse um pouco o facho. 

Chegamos, paguei rigorosamente o que estava no taxímetro e bati a porta do táxi com uma violência tal que a pobrezinha da porta deve ter empenado. Entrei no meu prédio ainda ouvindo os palavrões da distinta senhora!

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