domingo, 1 de maio de 2011

Ainda não decolou!! Chile 22/4/2011

Nossa viagem ainda não “decolou”. Tá interessante mas sem nenhum UAU!!!

No primeiro dia visitamos a casa de Pablo Neruda em Isla Negra. Na verdade é um conjunto de casas. Tinha uma casa principal e umas outras cinco ou seis de apoio que hoje servem de museu do bando de quinquilharias que ele colecionava. Aliás, ele adorava colecionar objetos: garrafas, estátuas de proa de navios, barquinhos dentro de garrafa, conchas e mais um bando de coisas!

Se hoje Isla Negra fica no meio do nada, dá para imaginar o isolamento dessa casa em 1937? Não tinha uma única alma viva num raio de uns 5km... nem pescador, pois a vila mais próxima era mais ou menos a essa distância.

Como todo artista, era um cara mucho doido?! Tal como o Obelix, o Neruda deve ter caído em um pote de maconha estragada ao nascer.

De lá fomos visitar a vinícola Casas del Bosque. Sei lá quantas vinícolas já visitei, mas cada visita aborda um enfoque diferente. Mais uma vez valeu a pena. Começamos pelo almoço no restaurante da vinícola onde provamos um menu degustação... devidamente harmonizado e regado a QUATRO taças de vinho. Gente, uma comida simplesmente maravilhosa!!!

Saímos do almoço já meio baleados e fomos para um passeio guiado pela vinícola. E como essa estória termina? Na sala de degustação da vinícola, onde provamos mais cinco (eu disse CINCO!!!) diferentes tipos de vinho, cada qual melhor que o outro.

A essa altura do campeonato já era umas cinco da tarde e ainda faltava visitar Valparaíso e Viña del Mar. Era óbvio que não ia dar tempo! Carregando um teor alcoólico suficiente para estourar qualquer bafômetro, jogamos a toalha e voltamos para Santiago.

No segundo dia o passeio foi por Santiago. Bacana, mas nada de encher os olhos. Tirei várias fotos e as melhores foram de pessoas, nos diversos parques da cidade.


Essa é a Igreja de San Francisco, construída em 1575. O problema é que da igreja original pouco resta. É tanto terremoto no Chile que nada muito antigo fica de pé por muito tempo. Seja como for, é uma bela igreja colonial. Aliás é o prédio mais antigo que visitamos.


A foto acima é da Calle Londres. Toda a região ao redor da Igreja de San Francisco é de prédios antigos. Essa região pertencia originalmente à igreja que, no início do séc XX e por problemas financeiros acabou vendendo a particulares.

Essa foto tirei de um engraxate de rua. Achei esse rosto indígena enrugado pelo sofrimento da vida excelente para uma foto. A luz, misturada com sombras, dava um efeito especial. Me aproximei e pedi para fotografar. Ele ficou ali olhando para o nada, com um cigarro entre os dedos. Falei para ele agir naturalmente e fumar se quisesse. Acho que o cigarro naquela mão enrugada suja de graxa de sapato ficou excelente! Adorei essa foto!!

O Parque Florestal, um enorme parque no meio de Santiago, repleto de jovens que vão para lá namorar. É claro que também tem gente dormindo na grama e nos bancos. Esse velhinho me tocou de emoção. Estava sozinho no parque, lendo algo, e caiu no sono. Tirei essa foto com uma baita de uma tele de 300mm e usei a maior abertura possível para desfocar o fundo. Para mim essa foto representa a fragilidade e o abandono dos idosos.

Acabamos fazendo nesse dia o passeio previsto para dois dias. Ganhamos um para reajustarmos no resto da viagem.

Antes que eu me esqueça, comer no Mercado Central, ao contrário do de Montevidéu, mostrou ser uma baita duma engambelação para turista. Comida cara e feita para batalhão. Risque o restaurante Donde Augusto de sua lista!

No terceiro dia bem que eu queria ir a Valparaíso e Viña del Mar, mas tínhamos um jantar marcado com um amigo meu que mora no Chile. Optamos para irmos até o sopé da cordilheira em San José del Maipo. Bem, fomos até onde a estrada pavimentada acabava. Um longo e belo cânion mas nada de montanha nevada ou de vistas espetaculares. De espetacular mesmo foi o almoço em um belo restaurante de beira de estrada, o Casa Bosque, que mais parece a casa do conto de João e Maria. Comi um delicioso cordeiro ao molho de vinho carmenère e a Mary um salmão com molho de camarões. De sobremesa uma ligação telefônica do Rodrigo dizendo que o terceiro netinho está a caminho. Para um cara mole pra chorar, confesso que foi um caminhão e meio de emoção.

Pra finalizar o dia, um belo e sofisticado jantar na casa do meu amigo.

Hoje seguimos para o sul e foi mais um dia de baita decepção. Ao contrário do que o livro sobre o Chile dizia, pode riscar Talca da sua lista de visitas turísticas. Depois de muita chuva no lombo, terminamos o dia em Chillán. A cidade não tem nada e na sexta feira santa então o NADA está fechado!!!

Amanhã visitaremos as Termas de Chillán e o Volcán Chillán. Tomara que a coisa melhore!

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