Veja também os posts "Pequenas roubadas I - cartão de crédito recusado" e "Pequenas roubadas II – mais cartão de crédito".
“Satisfação” verdadeira é ver todo mundo recolher a bagagem e perceber que “você foi premiado” e exatamente a sua não chegou! Felizmente nunca perderam a minha bagagem, o que, estatisticamente falando, mostra que logo logo será a minha vez. Até agora o máximo que ocorreu foi recebê-la um ou dois dias depois. Antigamente a Varig tinha um vôo para Frankfurt cuja conexão para Genebra era quase que imediata. Era chegar em Genebra e... bingo!! A bagagem tinha ficado para trás! Felizmente sempre recebi a bagagem no fim do dia, pois caso contrário teria que aparecer em uma reunião internacional sem terno e gravata! Na primeira vez tomei um baita susto, mas é claro que, a partir da segunda vez que isso ocorreu, passei a levar um terno na bagagem de mão! Afinal, seguro morreu de velho!!
Confesso que a hora de receber a bagagem é sempre um momento de tensão. Principalmente se ela foi encaminhada diretamente ao destino e o vôo envolve umas três conexões. Você sai de Brasília, pega outro vôo em Guarulhos e um terceiro na Cidade do Panamá, com destino a San José, Costa Rica. O potencial para algo dar errado e a sua bagagem ficar pelo meio do caminho é bem alto.
Isso me lembra a piada do cara que chega no check-in e diz:
– Por favor, mande essa mala para Xangai e essa outra para Moscou.
– Infelizmente não podemos fazer isso, senhor, pois seu vôo é para Miami! – responde a atendente
– Mas por que não? Na última vez vocês despacharam para esses locais e eu não pedi. Quem sabe se dessa vez, eu pedindo, vocês “erram” para o destino correto?!
A roubada “aérea” também pode vir de outras formas: reservas que caíram, overbooking, vôos atrasados, conexões perdidas, além do fantástico apagão aéreo que assolou o Brasil em 2006 e 2007.
Lembro-me que na minha primeira viagem à Europa, em 1986, viajei de Aerolineas Argentinas, que vinha de um período de greves do seu pessoal. Com isso, os vôos saíam lotados de Buenos Aires e dava overbooking na escala no Galeão. Chegamos com bastante antecedência, mas a fila já estava enorme e não andava. O tempo ia passando e a fila não andava! A hora do embarque já estava começando e ainda continuávamos na fila. Quando conseguimos chegar ao guichê restavam apenas duas vagas no vôo... e fomos os últimos a serem embarcados. Ufa! Escapamos dessa por um triz!
Ser “sorteado” com um overbooking é mais que uma roubada, é prejuízo na certa. Tal como um castelo de cartas que desmorona, os problemas vão acontecendo em sequência. Você não embarca e gera um “no-show” no hotel de destino. Se o vôo tem conexões, você irá perdê-las e todas as demais reservas de vôos irão inevitavelmente cair. Pior que isso, se a companhia aérea da conexão for outra, o problema é seu e não dela. Se tem reserva para aluguel de veículo, ela também será cancelada. Se tem uma excursão ou cruzeiro contratado, eles sairão sem você a bordo. No mínimo, seu planejamento de férias passa a ter que ser totalmente refeito... com pelo menos um dia a menos. Ninguém merece!
Em pleno apagão aéreo de 2007, eu e Mary saímos de férias para a Europa. Originalmente teríamos três horas entre o pouso doméstico e a conexão internacional. Tempo suficiente? Nem tanto, meu caro. O primeiro problema era que o vôo Brasília/São Paulo, com a Varig, pousava em Congonhas... e a conexão para Frankfurt saía de Guarulhos. Por que me submeti a isso? Porque o bilhete era originário de milhagem... e em cavalo dado não se olham os dentes. Principalmente se você tinha que torrar as suas preciosas milhas porque a mãe do tal cavalo se chamava Varig e já tinha recebido extrema-unção.
Em “condições normais de temperatura e pressão” deve-se considerar uma hora para um deslocamento tranqüilo entre Congonhas e Guarulhos, mas... Mas São Paulo tem peculiaridades próprias. Basta chover que esse tempo de deslocamento vai para a estratosfera. Pior que isso era o que se passava com Congonhas naquela época. O fechamento por condições meteorológicas, gerando atrasos de horas e cancelamentos dos vôos eram mais que freqüentes. Que fazer? Entre perder a conexão para Frankfurt e “criar raízes” em Guarulhos, optamos pela segunda. Transferimos nosso vôo para São Paulo para o período da manhã e ficamos mais de doze horas “bestando” em Guarulhos.
Excesso de precaução? Concordo, mas sou filho de mineiro e mineiro não perde o trem! Nem o avião!
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