terça-feira, 31 de maio de 2011

Pequenas roubadas VI – situações de alta tensão

Veja também os posts "Pequenas roubadas I - cartão de crédito recusado", "Pequenas roubadas II – mais cartão de crédito", "Pequenas roubadas III – bagagens perdidas e overbooking", "Pequenas roubadas IV – conjugando o verbo goiabar" e "Pequenas roubadas V – extorsão em Praga"

Situações de alta tensão são comuns em viagens. Lá pelos anos 70, antes da reforma da região do Pelourinho, em Salvador, as ruas ao redor eram quase todas dedicadas à prática da mais antiga das “profissões”: o baixo meretrício! Pois eu e minha ex-esposa nos perdemos e embrenhamos por um local de ambiente pesadíssimo, sob as gracinhas e cantadas das profissionais do ramo. Mas até acharmos o caminho de volta e sairmos dali foi tensão no mais alto grau.

Com toda certeza você já viu em filmes aquelas cenas de um subúrbio barra pesada de Nova Iorque com carros abandonados, queimados nas ruas, sem as quatro rodas e sem motor, que foram roubados. Sentados nas calçadas os indivíduos mais mal-encarados da face do planeta. Se dá medo ver isso na tela, imagine ao vivo e em cores!!! Pois isso existe e o idiota aqui se meteu numa dessas.

Nos anos oitenta, a compra de computadores e seus acessórios tinha mercado fechado aqui no Brasil e a ida ao exterior era uma oportunidade de ouro para comprar novidades a preço barato. Foi o que fiz! Ou melhor, tentei fazer. Eu não sabia, mas a loja, cujo endereço peguei numa revista especializada, ficava em um bairro daqueles em que nem a polícia ousa circular. Saltei na estação do metrô, andei duas quadras sob os olhares mais mal encarados possíveis e tomei a decisão mais sensata: meia-volta volver!! Voltei a passos largos para a estação do metrô... que estava deserta!

Sabe aquela cena de filme de suspense em que o cara está numa estação de metrô deserta e começa aquela trilha sonora que indica à platéia que algo vai acontecer... e que “vai dar merda”! Pois é, só faltou a trilha sonora. Estava lá eu sozinho na plataforma, com o coração na boca, querendo pular para fora, e o pensamento buzinando os meus ouvidos “vai dar merda”! E nada do metrô chegar! E o medão tomando conta... e nada do metrô chegar! Quando o bendito metrô chegou e sentei no banco, estava empapado de suor! Pura tensão nervosa!

Hoje eu dou boas risadas da situação mas, naquela hora, se alguém mais entrasse na estação e se dirigisse para o meu lado, juro que me borrava por completo!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário