quarta-feira, 18 de maio de 2011

Rachel - Chile 3/5/2011

Pé na estrada de volta a Santiago!

É sair de Valparaíso/Viña del Mar que a bruma some e as montanhas aparecem. Acho esses sobretons das montanhas ao longe algo simplesmente lindo!!!


Se você pesquisar 20 guias sobre turismo em Santiago, todos eles vão indicar as mesmíssimas coisas a serem visitadas: Igreja de San Francisco, Palácio La Moneda, Mercado Central, blá, blá, blá... Interessante, mas nada que cause um frisson.

Lojas? Tem três lojas de departamento que dominam o comércio: Paris, Ripley e Falabella. Não tenho nenhuma sensibilidade feminina, mas as três me pareceram nada mais que uma Riachuelo anabolizada. Tem até muita coisa bonita e diferente... mas a qualidade não é nenhuma brastemp segundo a Mary, que estava frustradíssima com a distância entre a expectativa que todas as pessoas que visitaram Santiago colocaram nela e aquilo que ela viu nessa parte central da cidade.

E lá vai o Edu para a internet para buscar algo diferente para fazer os olhos da Mary brilharem! Descobri um shopping chamado Parque Arauco, recomendado por 11 em cada 10 mulheres que passam por Santiago.

Já que estávamos voltando a Santiago, por que não fazer uma surpresa para ela e, em vez de chegar no hotel, aportar em um maravilhoso shopping?!

E aí entra a Rachel, sempre uma companheirona de viagem. Pra quem está chegando agora, a Rachel é o nome do nosso aparelho de GPS, que foi tão maravilhoso na nossa última viagem aos EUA que ganhou status de companheira de viagem e um nome.

Acontece que ela andou pisando no tomate nessa viagem. O problema é que o mapa do Chile que estava armazenado no GPS era incompleto e desatualizado. Ou seja, a maioria das cidades onde estivemos nem consta do mapa, a maioria das ruas idem, ruas de 15km de comprimento só constavam com o nome e ela lhe enviava lááááá para o inicio da mesma, direção de tráfego desatualizada, alterações de via idem... Ou seja, muitas vezes ela atrapalhou feio e se eu não tivesse muito jogo de cintura o mais provável era que eu e a Mary ainda estivéssemos lá no Chile... literalmente PERDIDOS!!!

E nessa volta a Santiago, a Rachel pisou de novo no tomate e roeu a corda da minha surpresa ao se perder na ida ao shopping. Preferi parar no hotel e buscar mais informações sobre o Parque Arauco. Busquei algo infalível como COORDENADAS geográficas. Se você tem GPS, anote aí um site que pode ser útil: http://itouchmap.com/latlong.html.

A surpresa já tinha ido pro espaço, parte do dia também, mas lá vamos nós pro Parque Arauco! E foi aí que tivemos uma das melhores surpresas da viagem. Conhecemos a parte moderna e RICA da cidade. Algo completamente diferente daquele centrão antigo e sombrio onde estávamos enfurnados. Avenidas largas, prédios modernos, carros caros nas ruas, lojas de grife nas avenidas. Valeu a pena ver os olhos da Mary brilharem de novo, algo que não via desde Valdívia! Mas por que os guias não falam dessa parte moderna? Porque ela NÃO FICA em Santiago. Fica fora da cidade em uma localidade chamada Las Condes!!


O Parque Arauco, então, foi um achado!!! Um shopping grande, lindo, moderno e entupido de lojas e de gente bonita. Com o estômago roncando, começamos pela praça de alimentação... que fica ao ar livre como se fosse um parque em área nobre de Rio ou São Paulo. Desbundante!

Barriguinha cheia, a Mary foi se “divertir”. Objetivo? Encontrar o bendito casaco longo branco de lã que ela procurava desde que chegamos ao Chile. E olha que ela “apenasmente” entrou em 812 lojas de norte ao sul do país e viu/experimentou uns 4712 casacos desse tipo. O problema era que nenhum deles enchia os olhos da Mary! Coisas de mulher, entende?! Eu já teria resolvido isso a uns 4700 casacos atrás... mas eu sou homem!!

E não é que encontramos o danado do casaco?! Mais que isso, ela também se apaixonou por um outro casaco de lã marrom. Problema? Não tinha o número dela na loja, nem para o casaco branco, nem para o marrom! Fuça daqui, fuça dali, descobriram uma outra filial em outro shopping que tinha os dois casacos na numeração dela.

Como nada estava sendo simples na conquista desse casaco, a batata quente da vez era saber COMO chegar a esse outro shopping que ficava a uns 15km de onde estávamos. Entrei em uma loja de informática e consegui que o atendente me desse as coordenadas geográficas desse shopping. Tínhamos ainda umas duas horas até o horário de fechamento da outra loja.

Tempo mais que suficiente para 15km, concorda?! Nananinaná!!!

Vamos para uma breve aulinha de coordenadas geográficas. Uma coordenada geográfica dá uma localização absoluta de um ponto dentro do planeta. O problema é que existem três diferentes formas de expressar essa localização: “graus, minutos e segundos”, “graus e minutos decimais” e “graus decimais” que é a que eu mais uso... mas não foi a forma que o atendente me forneceu. Ele me passou S 33 21.153 W 70 31.240 (em graus e minutos decimais) e eu enfiei na Rachel S 33.21153 W 70.31240 (em graus decimais).

Pode parecer um errinho trivial, mas só percebemos o tamanho do desvio que estávamos fazendo quando entramos numa auto estrada e vimos uma placa indicando a direção de La Serena, cidade que fica no norte do país. Um errinho que estava nos levando a mais de 40km do destino desejado, para um local fora da estrada no meio da cordilheira dos Andes!!!!

Desconfiado da precisão das coordenadas que o atendente havia passado, me “virei nos 30” para conseguir achar o caminho de volta e chegar à loja. O que eu não podia era deixar a Mary sem os tão sonhados casacos e voltar para o Brasil com aquele gostinho de pirulito que foi roubado na sua boca!!!

Resumindo, depois de muito rodar, a Rachel nos ajudou dessa vez e conseguimos chegar... e faltava apenas meia hora para a loja fechar!!! Foi um verdadeiro sufoco, mas a Mary conseguiu comprar os danados dos casacos!

Comemoramos em alto estilo com um belo jantar em uma casa de carnes ao lado do shopping, que é pequenino mas sofisticado (você que é mulher anote aí: Shopping La Dehesa, em Lo Barnachea).

Tudo lindo, mas não poderíamos terminar nossa última noite em Santiago sem passar por um outro sufoco.

Coloquei as coordenadas do hotel na Rachel e lá fomos nós de volta “pra casa”!

Santiago tem uma rede de vias subterrâneas fantástica, que lhe leva rapidamente a diversos pontos da cidade, sem que você tenha que enfrentar todo o tráfego pesado da superfície. E a Rachel nos enfiou numa dessas vias expressas subterrâneas. Mas, o que acontece com os GPSs quando entram em túneis? Perdem o sinal de satélite e não servem PARA NADA!!! Quando conseguimos sair daquela via subterrânea, nem a Rachel sabia onde estávamos! O problema é que estávamos em um subúrbio nada recomendável. Parei em um posto de gasolina, reprogramei a Rachel e optei por voltar PELA SUPERFÍCIE!

O dia já tinha nos dado emoções em dose mais que o suficiente!!!

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