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Hoje podemos até rir de situações tensas ou de perigo em que passamos em nossas viagens, mas confesse que na hora do ocorrido sua adrenalina estava a mil e você a ponto de ter um piripaco!
Ser achacado por guardas é padrão. Se ainda não vivenciou, prepare-se pois está chegando a sua vez. Minha experiência é múltipla, tanto no Brasil como no exterior.
Na parasidíaca Ciudad Del Este, Paraguai, fui parado em uma blitz de rua que visava exclusivamente vistoriar carros brasileiros. É óbvio que o sargentão que coordenava a blitz encontrou um problema no carro, que precisava ser imediatamente recolhido para o depósito... a menos que eu pagasse, diretamente a eles, a multa devida! Muito prático e cômodo, você não acha?! Para desespero de minha esposa, optei por ir com um soldado até a delegacia.
– Pero señor, piense bien! No podremos garantizar la integridad de su auto. Quizá lo que pasa por la noche. Es más cómodo pagar la multa y volver en seguridad a Brasil.
Finquei o pé na minha decisão de resolver o problema na delegacia. Depois de meia hora e muitas voltas ao redor da enoooorme metrópole que é Ciudad Del Este, com o guardinha tentando me convencer a desistir da loucura que estava cometendo, chegamos finalmente à delegacia. Fomos atendidos por um oficial honesto e extremamente atencioso, que nos ouviu, nos liberou e, meio que por tabela, pediu desculpas pelo excesso de “zelo” do sargentão que nos parou na blitz!
Coisa semelhante passamos no metrô, em Praga, mas dessa eu não tive como escapar e “morri” em cerca de cinqüenta dólares. Como em muitas cidades européias, o controle das passagens no metrô de Praga é feito aleatoriamente, através de fiscais. Os bilhetes têm preços variados e as orientações nas máquinas de compra estão descritas apenas em checo. Você consegue ler em checo? Não?! Nem eu! Ou seja, errar e comprar um bilhete de menor valor é algo fácil! Comprei os bilhetes conforme a orientação de um senhor checo, que estava perto da gente na fila. Coloquei o meu e o de minha esposa no bolso e entreguei os demais bilhetes para minha irmã e minha tia, recomendando que não os perdessem.
Como turista é reconhecido a milhas de distância em qualquer lugar do planeta, foi só chegar à estação de destino para sermos abordados por dois fiscais que nos solicitaram os bilhetes. Entreguei os nossos bilhetes, entreguei o da minha tia... enquanto a minha irmã tentava encontrar o dela dentro do mafuá de sua bolsa! Assim que ela o encontrou, entreguei o último bilhete e... fui surpreendido com a informação de que estávamos usando irregularmente o metrô com passagens mais baratas que o permitido para o trecho. O que se passou? Enquanto minha irmã procurava o seu bilhete, os fiscais trocaram dois dos bilhetes que entregamos por outros de menor valor... e a infração estava consumada.
Se os fiscais falavam um inglês razoável no início da abordagem, a “fluência” foi piorando à medida que a pressão e o tom de voz deles subia para a rispidez e a ameaça pura e simples. Não havia explicação minha que resolvesse. A mera afirmação de que todos os bilhetes entregues tinham o mesmo valor, foi encarada como uma insinuação de que eles eram desonestos (tolinho eu!) e o tom da discussão subiu rapidamente.
O jeito foi engolir o sapo, pagar a multa, esfriar a cabeça e curtir o resto do passeio, por mais que o clima do dia já tivesse ido para o espaço!
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