domingo, 11 de setembro de 2011

11/9/2001 – Esse dia ninguém esquece!

Tem dias que ficam indelevelmente marcados em nossa memória. A maioria deles diz respeito a experiências particulares. Alguns outros momentos são partilhados com um certo número de pessoas.

Bem menos comuns são os eventos que abarcam toda uma nação e vou dar aqui um exemplo. No Sete de Setembro teve a Marcha Anti-Corrupção, cuja participação foi estimulada pelas redes sociais e pela Internet. Mas vocês se lembram de quando o Collor foi à televisão, em um outro Sete de Setembro, pedindo que o povo se vestisse de verde e amarelo para mostrar apoio a ele e... como num rastilho de pólvora a nação inteira se vestiu de negro e saiu às ruas... sem que houvesse Facebook, Twitter ou Internet para turbinar os protestos!!!

Porém poucos momentos ficam marcados na memória de todo o globo. Apenas me lembro de dois. O primeiro foi a chegada do homem à lua. O mundo parou e ficou grudado na televisão para ver o Armstrong colocar seus pés na lua e dizer a frase que ficou imortalizada: “este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade!”

O outro evento foi bem menos nobre, mas igualmente impactante: o atentado de 11/9/2001! Duvido que alguém não se lembre desse dia e de como reagiu às imagens.

Nesse dia eu estava em uma reunião do Setor de Desenvolvimento das Telecomunicações da UIT (órgão especializado da ONU que regula as telecomunicações mundiais) em Caracas, Venezuela. A reunião estava pra lá de entediante!

Na hora do coffee-break fui para o pool de computadores checar os meus e-mails e a Internet estava uma lesma. Tudo travado! Minutos para baixar uma tela. Outro tanto para conseguir acessar uma mensagem. Aí pensei ALTO, “what the hell is going on”? E o cara que estava do lado replicou, “não está sabendo? Houve um atentado e as duas torres do World Trade Center foram derrubadas!”

Minha primeira reação foi de incredulidade. Duvidava piamente que elas pudessem ser AMBAS derrubadas. Pensava na quantidade de dinamite que seria necessária, uma vez que esse tipo de atentado já havia sido cometido e nem fez cosquinha nas duas torres.

Mesmo assim me levantei do computador e fui procurar meus amigos da delegação americana. Eles não apenas confirmaram o atentado às torres, como me informaram do atentado ao Pentágono. Mais que isso, estavam apavorados! Havia rumores que o Departamento de Estado também havia sido atacado... e ali, quem não era do Departamento de Estado tinha muitos, mas MUITOS amigos lá dentro!!!

Corri para o meu quarto, liguei a televisão e vi estarrecido as imagens das duas torres no chão e os replays do que havia ocorrido.

Voltei para a reunião que estava recomeçando. A chairperson era uma delegada americana (Mrs. Coffin, um nome bem representativo para a situação presente) que não sei onde reuniu forças para voltar a comandar a reunião.

Mal abriu a sessão, o delegado da Síria, Mr. Nabil Kisrawe, pediu a palavra. Tensão na sala! Sabiamente disse que falava não apenas em nome da delegação Síria, mas que tinha certeza de que expressava o pensamento da imensa maioria dos presentes. Deu os sinceros pêsames à delegação americana e que oraria por todos os que de uma forma ou de outra haviam sido afetados por aquele ato abominável. Um ato que de forma alguma poderia ser aceito por qualquer homem de bem, não importasse a nação ou credo que representasse.

Mrs. Coffin baixou os olhos e chorou baixinho por uns longos e intermináveis minutos. Não estava sozinha. Muitos ali naquela sala, incluindo eu, tinham os olhos marejados.

Depois respirou fundo e tocou a reunião.

Ainda hoje, quando me lembro do ocorrido, me dá um nó na garganta e a mesma emoção se faz presente!!! Foi forte! MUITO forte!!!

Foto oficial da reunião em Caracas

E dessa vez queria fazer uma proposta a todos os leitores deste post. Mande o seu comentário! Conte-nos como foi o seu 11/9/2001!! Acho que vai ser muito bacana poder ler aqui a experiência de diversas pessoas.

Um comentário:

  1. Eu estava trabalhando na Assessoria de Comunicação do Ministério do Planejamento quando meu marido ligou avisando o ocorrido. No início as informações ainda não eram muito esclarecedoras e a notícia é de que um piloto havia perdido o controle da aeronave (um monomotor) e batido contra uma das torres. Liguei as televisões do Setor para que todos acompanhassem o que estava acontecendo. Ficamos estarrecidos com as imagens que estávamos assistindo. Minha chefe, uma pessoa extremamente competente e culta, mas aversa ao costumes americanos, disse com má vontade: "- É mais um daqueles exageros americanos para chamar atenção. Deixem essa bobagem de lado que temos muito trabalho." Quase não acreditei na atitude dela. Com o desenrolar das informações ela viu que a coisa era séria e passamos o resto do dia grudados nas TV's. Dez anos depois as imagens continuam fortes.

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